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PCC e empresário jurado de morte pela facção são alvos de operação

Polícia Civil cumpre mandados de busca e apreensão em empresas usadas pelo PCC para lavar dinheiro da facção na zona leste e Grande SP

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Esquerda, homem embala notebooks em plástico.
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São Paulo — A Polícia Civil deflagrou uma operação, na manhã desta quinta-feira (29/8), mirando o uso de postos de combustíveis e empresas de transporte de cargas, além de passageiros, usados para a lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O empresário jurado de morte pela maior facção do Brasil, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ex-diretor da Porte Engenharia, uma das empresas visitadas pela polícia, também consta entre os alvos da ação, deflagrada na zona leste paulistana e Guarulhos, Grande São Paulo.

Como mostrado pelo Metrópoles, uma série de operações policiais deflagradas nos últimos anos contra o PCC revelam que bairros emergentes, da zona leste de São Paulo, tornaram-se redutos das lideranças da facção na cidade.

Fontes policiais que acompanham a operação desta quinta-feira, que seguia em andamento quando essa reportagem foi publicada, afirmaram à reportagem que mandados de busca e apreensão são cumpridos para o levantamento de provas, por causa de um inquérito policial, do 10º DP (Penha), que investiga os crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

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Policial recolhe provas apreendidas
10º DP investiga ações de facção na zona leste
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Escritório de construtora foi esvaziado antes da chegada da polícia

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Policial recolhe provas apreendidas

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10º DP investiga ações de facção na zona leste

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Um dos alvos da polícia, a Porte Engenharia, foi encontrada vazia. “A ausência de documentos e de servidores e HDs, retirados do local, é um indicativo de eliminação de vestígio”, apontou um policial, em sigilo.

A empresa, no entanto, afirmou que a foto ao qual o Metrópoles teve acesso refere-se à antiga sede da empresa, que foi vendida e desocupada há mais de um ano, em junho de 2023. “Reiteramos nosso empenho e disponibilidade em auxiliar prontamente as autoridades no esclarecimento de todo e qualquer caso de interesse público”, ressaltou, em nota.

Funcionários de outras empresas nas quais os mandados foram cumpridos — como uma companhia do segmento de viagens e excursões, outra de transportes de cargas, além de uma de serviços automotivos — se surpreenderam com a chegada da polícia. Uma das medidas adotadas pelos investigadores, como apurou o Metrópoles, foi recolher os celulares das pessoas, para evitar qualquer tipo de interferência no levantamento das provas.

Até o momento, nenhum prisão foi registrada, destoando das apreensões, que precisaram de um caminhão para serem levadas até o 10ºDP. Serão submetidos a perícias e análises computadores, documentos, celulares e carros de luxo.

Jurado de morte pelo PCC

O empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, um dos alvos da operação desta quinta-feira, é jurado de morte pelo PCC.

Ele foi vítima de um atentado, na noite de Natal do ano passado, quando passava a data com a família.

O empresário estava na sacada de seu apartamento no Jardim Anália Franco, bairro nobre da zona leste de São Paulo, quando foi alvo de um tiro, que acabou não atingindo ninguém.

Segundo a polícia, o disparo foi feito de um prédio em frente, a partir de um apartamento que fica a poucos andares acima do de Gritzbach — indicando uma possível premeditação do crime.

O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Duplo homicídio

Segundo o Ministério Público de São Paulo, Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. Na denúncia, o MPSP diz que o empresário mantinha negócios na área de bitcoins e criptomoedas.

O duplo homicídio ocorreu em 27 de dezembro de 2021 e teria sido cometido em parceria com o agente penitenciário David Moreira da Silva. Noé Alves Schaum, denunciado por ser o executor dos membros do PCC, foi assassinado em 16 de janeiro do ano passado.

Antônio Vinicius Lopes Gritzbach esteve preso até 7 de junho de 2023, quando ganhou liberdade condicional e passou a usar tornozeleira eletrônica.

Defesa de Gritzbach

Lucas Nemer, que defende Gritzbach, procurou o Metrópoles, por volta das 15h desta quinta, e afirmou que seu cliente “não foi alvo” da operação da Polícia Civil. “Se a polícia falou isso para você [reportagem], não entendo os motivos da polícia. Mas a polícia mentiu”.

O advogado disse que não estava sabendo da operação desta quinta, acrescentando que os policiais “foram na Porte”, referindo-se à empresa de engenharia e urbanismo na qual Grizbach trabalhou, até 2018. “Não sei do que se trata essa operação, mas sei que não se trata de meu cliente”, reforçou.

Em uma delação premiada, homologada pela Justiça em Abril, o empresário afirmou ter ciência de ao menos dez imóveis vendidos pela Porte para membros do PCC.

Ele chegou a entregar quatro documentos, de empreendimentos da empresa na zona leste, ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP).

Na delação, Grizbach ainda afirma ter conhecido membros da facção criminosa na Porte, por meio de um corretor de imóveis.

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