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PCC usa até criança como laranja em hotéis do tráfico na Cracolândia

Operação Downtown, da Polícia Civil, mirou rede de hotéis do PCC, apontada como o coração do esquema de tráfico de drogas na Cracolândia

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1 de 1 foto colorida de hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil - Metrópoles - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – Inquérito do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) aponta que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa laranjas, incluindo crianças, para manter a rede de hotéis na Cracolândia, no centro de São Paulo, considerada o coração do tráfico de drogas na região.

Ao todo, o Denarc lista 90 endereços que seriam usados pelo PCC para armazenar drogas, abastecer os traficantes nas ruas e lavar o dinheiro obtido pela venda, principalmente do crack. Os locais investigados incluem hotéis, pensões, bares e prostíbulos.

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Os três primeiros clientes aparecem segundos depois
Em pouco tempo, o "fluxo" vai se formando no local
Cracolândia é área de domínio do PCC no Centro de São Paulo
Operação na Cracolândia, em 13 de junho de 2024
Hotel do tipo hospedaria na região da Cracolândia, alvo de operação da Polícia Civil
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Traficante chega para montar barraca na Cracolândia

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Os três primeiros clientes aparecem segundos depois

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Em pouco tempo, o "fluxo" vai se formando no local

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Cracolândia é área de domínio do PCC no Centro de São Paulo

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Operação na Cracolândia, em 13 de junho de 2024

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Fluxo da Cracolândia entre a Rua dos Gusmões e dos Protestantes

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Ao se debruçar sobre as empresas, a Polícia Civil descobriu que a propriedade desses locais troca de mão em mão entre os investigados. O esquema foi alvo da Operação Downtown, deflagrada na quinta-feira (13/6), que terminou com 15 presos e R$ 27,6 mil, em dinheiro vivo, apreendidos.

Na rede investigada, há casos em que a mesma pessoa, que é registrada como funcionário de um dos hotéis, também figura no quadro de sócios de outras hospedagens. Também há local em que o responsável formal é, na verdade, menor de idade.

Hotéis do PCC

Uma dessas pensões fica em um sobrado da Rua dos Andradas, via que atualmente compõe o quadrilátero com a maior concentração de usuários de drogas na Cracolândia.

Segundo a polícia, apesar de apenas uma hospedaria funcionar, na prática, no local, o imóvel possui duas numerações. Em uma delas, o indicado como responsável formal era uma criança de 11 anos.

A descoberta foi feita ao analisar um boletim de ocorrência, registrado pela Sabesp em maio de 2018, sobre furto de água no imóvel. Atualmente, o jovem tem 17 anos.

Outro indício do uso de laranjas para registrar as empresas envolve o investigados Edinilson Santos, de 44 anos, e Ubiraja Magela da Costa, 54, que trabalham como porteiro em diferentes hotéis do centro de São Paulo. Segundo a polícia, a remuneração do segundo citado é inferior a R$ 1,5 mil.

Edinilson e Ubirajara, no entanto, já fizeram parte do quadro societário do Hotel Tupy, um dos maiores estabelecimentos citados na investigação, com capital social de R$ 200 mil. Hoje, essa hospedaria está registrada no nome de Marcelo Carames, o Mau, apontado pela polícia como um dos líderes do esquema.

Operação

Segundo a investigação, os hotéis eram usados, ainda, para reunião de traficantes e “tribunais do crime”. Em um desses episódios, o PCC chegou a decretar a “internação compulsória” de um dependente químico.

O uso de laranjas e a troca de propriedade entre os investigados seriam parte da estratégia da facção para dificultar investigações e conseguir manter o esquema, segundo a polícia.

A terceira fase da Operação Downtown cumpriu 140 mandados de busca e apreensão em 28 hospedagens da Cracolândia. Com 400 policiais mobiliados, o objetivo era desmantelar a rede de hotéis usada pelo PCC.

Na ação, os policiais apreenderam 80 gramas de dry, 110 gramas de crack, 6 quilos de skunk e 22,6 quilos de cocaína. Também recolheram um revólver calibre 38, 73 munições e 38 celulares.

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