PCC usa carros de luxo para traficar cocaína tipo exportação do Peru
Carros de luxo são abastecidos com cargas fragmentadas que, caso apreendidas, geram menor prejuízo ao PCC; homem foi preso em SP com 40 kg
atualizado
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São Paulo — Após uma perseguição a dois carros de luxo, com troca de tiros na Rodovia Presidente Castelo Branco, nessa segunda-feira (24/6), policiais civis de Cotia, na Grande São Paulo, conseguiram interceptar um dos veículos depois de furar um dos pneus dianteiros do Volvo C30.
O carro era ocupado por José Carlos Morais de Oliveira, preso em flagrante por tráfico de drogas. Quarenta tijolos de cocaína foram encontrados no carro. Os suspeitos que ocupavam um Volkswagen Jetta usado para escoltar o Volvo conseguiram fugir.
Investigações do 2º DP de Cotia mostram que o Primeiro Comando da Capital (PCC) usa carros de luxo para transportar, de forma fragmentada, cargas de cocaína, oriundas do Peru. A droga chega ao Brasil em aviões de pequeno porte.
Como já mostrado pelo Metrópoles, a maior facção criminoso do país conta com uma frota própria de aeronaves, usada para o transbordo de cargas de cocaína, principalmente em regiões fronteiriças nas quais grupos criminosos rivais também atuam.
Do norte ao sudeste
As investigações da Polícia Civil da Grande São Paulo ainda mostram que a cocaína peruana é desembarcada em aeroportos clandestinos na região amazônica e no Mato Grosso.
A droga é em seguida transferida para carros de luxo, de forma fragmentada, para garantir um menor prejuízo, diante de eventuais interceptações policiais.
A polícia investigou que dois carros de luxo transitavam pela região de Campinas e que iriam, na região de Araçariguama, transferir a carga de cocaína de um dos veículos para o outro.
Na altura do km 58 da Rodovia Castelo Branco, duas viaturas da Polícia Civil, uma delas descaracterizada, localizaram os dois veículos suspeitos.
Tiroteio
Foi dado sinal para o Volvo e o Jetta pararem. Porém, segundo relatório policial obtido pelo Metrópoles, um dos ocupantes do Jetta começou a dar tiros em direção às viaturas.
Os policias revidaram e conseguiram furar um dos pneus dianteiros do Volvo, que encostou às margens da rodovia.
Nele foram encontrados os 40 tijolos de cocaína peruana. Como já mostrado pelo Metrópoles, a droga proveniente desse país é priorizada pelo PCC para ser vendida exclusivamente à Europa, por causa de seu grau de pureza. Estudo da Polícia Federal mostra 38% da droga que entra no Brasil tem como origem terras peruanas.
Em depoimento, após a prisão, José Carlos afirmou que iria receber R$ 2 mil pelo transporte da carga. Ele entregaria a cocaína para outro homem, identificado somente como Carlos, entre os municípios de Paulínia e Cosmópolis, ambos no interior paulista.
A defesa dele não foi localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.