“Mais de 1h preso em avião”, relata passageiro sobre caos de Congonhas

São Paulo — Ao menos seis partidas e doze decolagens foram canceladas na manhã dessa sexta-feira (8/11) no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Os atrasos e cancelamentos estão acontecendo desde quinta-feira (7/11), quando, ao todo, 32 viagens foram afetadas.

O empresário Hugo Gonçalves, de 34 anos, estava no terminal na tarde de quinta e contou ao Metrópoles que sua viagem foi adiada sem nenhum aviso prévio.

Morador de Presidente Prudente, Hugo disse que vai ao Aeroporto de Congonhas ao menos uma vez por mês. “Estava insuportável de tanta gente”, falou. “O que estava engraçado é que eles [o aeroporto] chamavam um voo, colocavam ‘embarque próximo’, chamavam a fila e, na hora que iam começar a pedir as passagens, informavam que estava cancelado”.

Veja:

O voo dele, que era da VoePass, estava marcado para às 15h de quinta-feira e, sem nenhum aviso, foi mudado para às 17h. Hugo chegou a procurar funcionários da companhia aérea para perguntar se deveria procurar um ônibus para voltar para casa, mas foi informado que “provavelmente [o voo] não seria cancelado”.

Por volta das 18h50, os passageiros foram chamados para embarcar. “Quando a gente chegou na pista, o avião estava desligado, a luz estava apagada, as portas estavam abertas… Eu não sei nem se o piloto estava ali”, contou. Os viajantes esperaram por 20 minutos no ônibus até a aeronave ser ligada.

“Por umas duas ou três vezes eles informaram que a aeronave iria decolar em três minutos, mas não decolou. A gente ficou mais de uma hora parados na pista”, falou Hugo. Ele disse que, em determinado momento, a chefe de pista foi “extremamente estúpida” com os passageiros que estavam querendo desembarcar. “Um voo que chegaria 18h em Presidente Prudente, chegamos quase 23h”, disse.

Hugo disse que procurou um advogado para abrir um processo contra a VoePass.

“Situação deplorável”

O professor Luciano Machado, de 40 anos, tinha uma conexão marcada no Aeroporto de Congonhas para Recife, onde mora. Ele estava com sua esposa, seus sogros e suas duas filhas pequenas. “Foi uma situação deplorável, um caos. A funcionária gritando, dizendo que não ia atender mais, as malas uma em cima da outra”, contou ao Metrópoles.

Luciano contou que tanto seu sogro quanto sua mulher são médicos, por causa do atraso no voo, o sogro precisou cancelar uma cirurgia e a esposa teve que fechar a clínica e cancelar sua agenda. Ele lamentou que o cancelamento do voo foi, além de todo o desgaste, uma “perda financeira”

Aeroporto Santos Dumont

A assessora de imprensa Ana Beatriz Rodrigues, de 43 anos, estava, na noite de quinta-feira, no Rio de Janeiro, sem conseguir voltar para São Paulo. O voo dela estava marcado para às 20h45.

“Quando a gente foi ver, eles tinham remarcado nosso voo para às 6h da manhã de hoje [sexta-feira], mas, em seguida, anunciaram no aeroporto que o voo estava cancelado”, falou.

Segundo ela, no Aeroporto Santos Dumont, os voos que estão sendo cancelados são apenas da Gol. Na quinta-feira, um funcionário informou a ela que pelo menos 400 pessoas estavam precisando de hotel, por causa dos voos que não iam acontecer.

Veja a situação no Rio de Janeiro:

Ana Beatriz remarcou a viagem para às 10h30 dessa sexta. Ao chegar no aeroporto, viu que o voo anterior ao dela foi cancelado e que o dela estava com 1 hora de atraso.

“O funcionário não sabia se [o meu voo] ia ser cancelado ou não, porque tinha que ver se o avião conseguia sair de Congonhas”, explicou. Ele contou para a jornalista que “o problema está sem Congonhas, porque em São Paulo está chovendo demais.”

Por volta das 11h, após dois voos terem sido cancelados no aeroporto, ela informou ao Metrópoles que conseguiu embarcar.