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Passageiro não vê melhora com bolsão para carros de app em Congonhas

Bolsão destinado a motoristas de app foi inaugurado nesta quinta-feira (11/7) com a promessa de resolver trânsito local e tempo de espera

atualizado

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espera app aeroporto congonhas
1 de 1 espera app aeroporto congonhas - Foto: Valentina Moreira/ Metrópoles

São Paulo — “Para a gente não mudou nada, não estou vendo nenhuma diferença”, conta a passageira Priscila Silva, enquanto tenta conseguir uma corrida de aplicativo no Aeroporto de Congonhas, zona sul de São Paulo. Para ela e outros passageiros que aguardavam na área de desembarque do aeroporto, a Zona de Embarque de Aplicativos (ZEA), que começou a funcionar nesta quinta-feira (11/7), não fez diferença na hora de tentar a sorte na hora de voltar para casa.

Conhecido como bolsão, a ZEA disponibiliza 145 vagas para motoristas de aplicativos como Uber e 99 aguardarem novas corridas dentro do aeroporto. A promessa é que a estratégia ajude a combater o trânsito local, onde se multiplicam os carros em fila dupla, e a reduzir a demora para conseguir carros. Mas na prática, os passageiros sentem que a dificuldade continua a mesma.

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Táxis fazem fila no desembarque do Aeroporto de Congonhas
Entrada do estacionamento para carros de app no Aeroporto de Congonhas
Fila virtual para carros de app no Aeroporto de Congonhas
Entrada/ saída bolsão de estacionamento para carros de app no Aeroporto de Congonhas
Bebedouro em bolsão de estacionamento para motoristas de app
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Passageiros aguardam carros de aplicativo no Aeroporto de Congonhas

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Táxis fazem fila no desembarque do Aeroporto de Congonhas

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Entrada do estacionamento para carros de app no Aeroporto de Congonhas

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Fila virtual para carros de app no Aeroporto de Congonhas

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Entrada/ saída bolsão de estacionamento para carros de app no Aeroporto de Congonhas

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Bebedouro em bolsão de estacionamento para motoristas de app

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Banheiro construído para motoristas de app no Aeroporto de Congonhas

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Passageiros aguardam transporte no Aeroporto de Congonhas

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Marcelo Maia, que é passageiro frequente do aeroporto, confirma a impressão: “Está a mesma coisa de sempre, demorando o mesmo tempo. A única diferença é que está com bastante fiscalização, mas na prática está a mesma coisa para a gente”.

Na manhã desta quinta-feira, as vias do aeroporto estavam repletas de agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que fiscalizavam possíveis irregularidades enquanto os motoristas de aplicativo eram orientados a conhecer o novo bolsão recém-inaugurado. Foi uma manhã sem filas duplas, o que, para os taxistas, uma classe especialmente prejudicada pelo trânsito na área, foi uma exceção.

“Se não tiver fiscalização, vai ficar a mesma coisa. Não vai mudar nada, porque os motoristas param em lugar que é proibido parar, não obedecem sinalização. Ainda tem a situação que o passageiro tem que ficar procurando o motorista porque não tem indicação, e tudo isso causa o trânsito e não vai mudar”, diz Moisés Ferreira, diretor do Rádio Táxis.

Como funcionará o bolsão

O bolsão fica a poucos metros de onde os passageiros Priscila e Marcelo aguardavam suas corridas, no piso inferior do aeroporto. O local é uma espécie de estacionamento, a princípio sem custo, onde os motoristas podem beber água e ir ao banheiro enquanto aguardam na fila do aplicativo para um nova corrida.

A medida ainda está em fase de testes e, por enquanto, não foi estabelecido um tempo máximo para uso do local. Mas a ideia é que, passado o período de 15 dias, será cobrada uma taxa do motorista que utilizar por um tempo excessivo ou não conseguir comprovar que esteve ali à espera de passageiros.

“O motorista, para entrar no bolsão vai ter que mostrar que entrou numa fila virtual do aplicativo, no Uber, por exemplo. Ele vai ficar aqui aguardando a corrida e, na saída, ele deve demonstrar que está com uma corrida ativa para pegar um passageiro de Congonhas”, explica Michel Cabral, gerente de gabinete do Aeroporto de Congonhas.

Michel explica que o valor da taxa ainda não foi definido, mas será proporcional ao custo de um estacionamento convencional do aeroporto, contando com um tempo de tolerância gratuito.

“Ameniza, mas não resolve o problema”

A implementação do bolsão no Aeroporto de Congonhas acontece após uma consulta pública ocorrida em março de 2024, e é uma resposta a uma antiga reclamação dos motoristas sobre a dificuldade em buscar passageiros no local e às multas aplicadas pela CET.

Para eles, o bolsão é bem vindo, mas não resolve o problema no embarque dos passageiros e pode, inclusive, gerar novos desgastes com os agentes de trânsito.

“O banheiro, a cozinha, está tudo maravilhoso. Mas pode acabar fazendo trânsito para entrar aqui dentro. Provavelmente para entrar aqui e vamos fazer fila dupla, e vai acabar multando a gente do mesmo jeito, principalmente à noite também. Ameniza, mas não resolve o problema”, ressaltou o motorista João Lucas.

Do lado de fora, o motorista Diego Rocha conta que não vê sentido em usar o bolsão para esperar corridas: “Eles criaram esse bolsão mas já está lotado. Eu fui olhar a fila e tinha 100 carros do Uber X na frente e as outras categorias nem apareciam. Até sair esse tanto de gente, não compensa ficar parado dentro, eu não vejo vantagem. Você tem que ficar de 40 a 50 minutos esperando. É bem mais fácil tentar passar na frente do aeroporto e ver se sai alguma corrida. Agora de manhã mesmo eu passei três vezes, e na terceira eu consegui a corrida.

Para Diego, a única vantagem é ter um lugar para usar o banheiro e tomar água. Fora isso, caso a fiscalização aumente, ele pretende usar as ruas paralelas ao aeroporto para aguardar as corridas e deve continuar circulando nas vias do aeroporto enquanto está sem passageiros. “O pessoal da CET fica de olho, mas se ficar só passando ali, a gente não é multado”, diz ele.

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