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Passageiro assume culpa de acidente de carro na contramão. Entenda

Homem que se apresentou como motorista aos policiais militares no dia da ocorrência foi flagrado em vídeo saindo pelo banco do passageiro

atualizado

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Imagem de um homem saindo de um carro
1 de 1 Imagem de um homem saindo de um carro - Foto: Reprodução

São Paulo O homem de 21 anos que assumiu a culpa de ter dirigido na contramão em alta velocidade e colidido de frente contra o carro do motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, era, na verdade, passageiro do carro. Felipe Gambeta Malheiro, no entanto, se apresentou como motorista aos policiais militares que fizeram o registro do acidente com vítima fatal em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, na madrugada do último sábado (13/7). 

Imagens de câmeras de segurança anexadas à investigação e obtidas pelo Metrópoles flagram o momento em que Malheiro sai pelo banco de passageiro do carro. No vídeo, também é possível ver o motorista, um homem usando camiseta branca e calças jeans, identificado Gustavo Moreira Cardozo, saindo do veículo.

Assista: 

 

Apenas as portas da frente do carro são abertas em todo o período captado pelas câmeras. Na imagem, é possível ver uma mulher saindo pelo banco do passageiro antes dele. Outra mulher, visível nas imagens, também deixa o carro. 

Malheiro teria feito isso para ter direito a receber a indenização do seguro do veículo, de acordo com informações da TV Globo.

Os quatro ocupantes do carro devem ser ouvidos pela Polícia Civil na tarde desta terça-feira (16/7). Após as imagens da saída de Cardozo do banco do motorista, as autoridades investigam a possibilidade de fraude processual. 

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), “a polícia solicitou perícia nos veículos envolvidos e realiza todas as diligências para esclarecer o caso”. Além disso, a nota confirma que “a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência será analisada”.

O caso é investigado como homicídio doloso, com dolo eventual, pelo 1º DP de Guarulhos.

Conduta dos policiais e garrafa de uísque

Uma garrafa de uísque foi encontrada no banco do carona do carro que cometeu o acidente. Uma imagem da bebida foi anexada ao boletim de ocorrência feito pela Polícia Militar.

O BO cita Felipe Gambeta Malheiro, de 21 anos, como o motorista que provocou o acidente no último sábado (13/7). Ele foi liberado por policiais militares sem fazer o teste do bafômetro. Os PMs que compareceram ao local entenderam que o rapaz não apresentava sinais de embriaguez.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirmou que os policiais militares relataram que “ele [Felipe] estava lúcido e conversava normalmente, sem sinais de embriaguez ou uso de entorpecentes, motivo pelo qual não foi solicitado apoio de uma viatura que dispunha do aparelho de etilômetro”.

Ele teria ido para o Hospital Municipal de Urgências para receber atendimento médico por “um pequeno ferimento na sobrancelha”. 

Sem ver a necessidade de registrar BO na Polícia Civil, porque “não houve sinais de embriaguez ou de entorpecentes em nenhuma das partes”, os PMs fizeram apenas um boletim de ocorrência militar e entregaram às partes uma notificação de ocorrência.

Esse documento traz a versão da vítima, que disse que “estava subindo a avenida, de repente, o carro veio na contramão e bateu no meu veículo”. Ednaldo foi levado ao Hospital Notre Dame na madrugada de sábado, ainda consciente. Ele não resistiu aos ferimentos e teve a morte confirmada no fim da tarde de domingo (14/7).

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a “natureza da ocorrência” foi alterada após a confirmação da morte de Ednaldo e um inquérito foi instaurado no 1º Distrito Policial de Guarulhos.

“Pane na tração”

O BO da Polícia Militar afirma ainda que Malheiro “alegou ter tido pane no sistema de tração do carro, fazendo com que ele perdesse o controle e colidisse de frente com o veículo do senhor Ednaldo”.

Uma câmera de monitoramento registrou o acidente em vídeo.

Assista: 

Na notificação de ocorrência registrada pelos policiais consta apenas “acidente de trânsito com vítima”, sem qualquer detalhamento sobre as circunstâncias em que a colisão ocorreu.

O primeiro registro da ocorrência feito junto à Polícia Civil foi realizado pelo filho de Mendes, Davi Silva de Holanda, de 23 anos, 0h de domingo (14/7), após a morte do motorista de aplicativo ser confirmada.

Davi Silva de Holanda, de 23 anos, compareceu ao 1º Distrito Policial de Guarulhos com a guia de encaminhamento de cadáver do pai. Ele disse que o pai estava voltando para casa por volta da 1h38 quando houve a colisão, sem muitos detalhes.

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