Pai revela última mensagem de PM morto antes de desaparecer no Guarujá
Renzo Angerami, pai de Luca Angerami, disse que a última mensagem do PM foi chamando para descer a serra pois o clima estava “sensacional”
atualizado
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São Paulo — Renzo Angerami, pai de Luca Angerami, policial militar de 21 anos encontrado morto nesta segunda-feira (25/5), no Guarujá, litoral paulista, revelou a última mensagem do filho antes de desaparecer no último dia 14 de abril. No conteúdo, Renzo diz que o filho estava na praia e o chamou para descer a serra pois o clima estava “sensacional”.
Renzo deu a declaração em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, enquanto o pai explicava quem era o filho: “Luca é luz. Luca é sensacional, que foi a última palavra que ele me falou no sábado a noite antes de desaparecer. Ele estava na praia e falou ‘pai, desce a serra, vamos na praia, está maravilhosa. Tomar uma cervejinha, está sensacional'”.
Segundo ele, o filho amava ser policial, mas, acima de tudo, era um grande amigo e bastante presente.
Renzo Angerami, investigador da Polícia Civil de São Paulo, disse que ficou sabendo da localização do corpo de Luca pela esposa e que sentiu uma “dor muito grande”. Ele destacou que os envolvidos nas buscas tiveram muito cuidado em passar atualizações a família.
O pai revelou que tem uma tatuagem igual a que ajudou a identificar Luca, visto que seu rosto estava desfigurado, e que ainda mantinha “1% de esperança” de encontrar o filho vivo.
Por fim, Renzo disse que vai convocar um ato na zona norte da cidade de São Paulo, no próximo sábado (25/5), onde clamará por mais segurança, apesar de ter elogiado a atuação da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) no caso.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) lamentou a morte do soldado Luca Romano Angerami, que atuava no 3º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano (BPM/M) desde 2022.
Segundo a pasta, nove suspeitos de participação no crime foram presos e outros oito corpos foram localizados. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, por meio de inquérito que apura os crimes de sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver.
Mãos amarradas e rosto desfigurado
Uma operação coordenada pela Delegacia Seccional de Santos localizou o corpo nesta segunda-feira. Ele estava com as mãos amarradas e enrolado em uma lona em um trecho da Rua Gerson Maturani, Vila Baiana, no Guarujá, mesma região onde o PM foi visto pela última vez.
O rosto da vítima, de acordo com policiais da Seccional que participam da operação, está desfigurado. Uma tatuagem no braço esquerdo teria ajudado na identificação do PM.
Em entrevista ao Metrópoles, o pai de Luca, Renzo Angerami afirmou que não tinha sido comunicado oficialmente sobre o encontro do corpo, mas já sabia que era o PM desaparecido. “Acharam meu filho”, disse, emocionado.
Homicídio do PM
O desaparecimento de Luca Angerami já era tratado como homicídio. No fim de abril, o delegado Fabiano Barbeiro, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos, afirmou que o soldado foi “executado covardemente por criminosos integrantes do PCC”.
“Ele foi executado covardemente por criminosos, integrantes do PCC, que atuam na região no tráfico de drogas, e mataram o policial. E decidiram matar esse policial pelo simples fato de ele ser policial. Então, [trata-se de] um ato covarde desses criminosos”, disse o delegado em entrevista à TV Tribuna.
A Polícia Civil acredita que Luca Angerami tenha sido sequestrado na saída de uma adega na Vila Santo Antônio, na madrugada de 14 de abril, e levado para o Morro da Vila Baiana.
Uma câmera de segurança flagrou Luca Angerami caminhando ao lado de um suspeito, próximo a um ponto de venda de drogas.
No dia do desaparecimento, um homem de 36 anos foi preso após confessar que teria participado do sequestro e da execução do PM Angerami. Segundo ele, o corpo foi desovado na ponte do Mar Pequeno, em São Vicente. A Polícia Civil viu uma série de inconsistências na versão.
Semanas depois, o homem foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por tentar prejudicar as investigações.