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Pai de menina que caiu do 8º andar: “Só vimos que não tinha tela depois da tragédia”

Ao Metrópoles, o pai José Tenório diz que família não vai voltar para o apartamento; menina de 4 anos morreu após cair do 8º andar

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Acervo pessoal
Imagem colorida de Maria Yloa (esqueda) e José Tenório (direita). A criança tem cabelos cacheados e está de máscara - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Maria Yloa (esqueda) e José Tenório (direita). A criança tem cabelos cacheados e está de máscara - Metrópoles - Foto: Acervo pessoal

São Paulo – Pai da menina Maria Yloa, de 4 anos, que morreu após cair do oitavo andar, o metalúrgico José Jailson Tenório dos Santos, 48, afirma que a família não vai mais voltar para o apartamento onde ocorreu o acidente. Segundo relata, ele e a mulher só perceberam que a janela do banheiro era a única sem tela de proteção depois da tragédia.

José Tenório aceitou conceder entrevista ao Metrópoles, nesta quinta-feira (10/9), para alertar outras famílias e ajudar a evitar que acidentes como o de Maria Yloa se repitam. Para ele, a morte da filha foi uma “fatalidade”.

“Eu já me culpei muito”, diz.

“A janela do banheiro fica em cima do sanitário e minha filha usou a descarga para servir de escada. A janela não deveria ficar ali, é errado. E só percebemos que não tinha tela depois do que aconteceu. Foi coisa de cinco minutos. Nunca imaginamos que isso poderia acontecer”, afirma.

O caso aconteceu no Tatuapé, na zona leste da capital paulista, na segunda-feira (7/8). Na hora do incidente, a menina estava sozinha. Corretora, a mãe Fernanda Gomes do Nascimento, de 41 anos, havia descido para deixar a chave de um imóvel com um cliente. Quando voltou, pouco depois, a menina já não estava em casa.

Para a Polícia Civil, que investiga o caso, a principal hipótese é que Maria Yloa tenha, de fato, subido no vaso sanitário, escalado por duas prateleiras e caído da janela do banheiro, que fica a 1,65 metro de altura do chão. A criança chegou a ser socorrida, mas não resistiu.

Família

Natural de Maceió (AL), José Tenório se mudou para São Paulo na adolescência e é casado com Fernanda, que é paulista, há 12 anos. O casal tem outras duas filhas – de 10 e 20 anos. “A gente sempre protegeu muito elas e queria alugar uma casa que desse conforto para todas”, afirma.

Maria Yloa Gomes Tenório dos Santos, a caçula da família, nasceu em São Paulo, em 2018. Segundo o pai, a gravidez foi planejada em homenagem à avó materna, que havia morrido pouco antes. A menina foi batizada com o mesmo nome da avó.

“Minha filha sempre foi surreal, não gostava de ver ninguém falando muito alto que já dizia para a pessoa pedir desculpa. Desde pequenininha, ela gostava de pular e sonhava em voar. Também gostava de parquinho, boneca, urso de pelúcia”, conta o pai. “Era uma criança muito carinhosa. Do nada, ela vinha e dava um beijo no seu rosto. Foi uma pessoa que me ensinou muito”.

A família morava no apartamento na Rua Comendador Gil Pinheiro, no Tatuapé, havia cinco meses. O casal havia decidido se mudar para lá porque considerava o local mais seguro para a criança.

“Antes, a gente morava em um casa, na região do Aricanduva, que tinha uma escada muito alta. Minha filha tinha mania de pular e, uma vez, se jogou de lá. No prédio, que tem segurança, parquinho, porteiro, a gente entendeu que ia ficar mais à vontade”, diz.

Tragédia

No dia da tragédia, José Tenório até tinha combinado de almoçar em casa, mas não conseguiu porque precisou cobrir um colega que saiu mais tarde.

Pela manhã, Fernanda levou Maria Yloa para passear. Por volta das 11h30, começou a dar banho na menina para levá-la para a escola, mas precisou deixá-la sozinha por poucos minutos. O transporte escolar passaria às 12h15.

Ao voltar para o apartamento, a mãe pensou que a criança tinha se escondido, como gostava de fazer, e passou a procurá-la embaixo das camas e dentro do guarda-roupa, até que chamou uma vizinha para ajudar a encontrar a menina. Foi a amiga quem viu as prateleiras do banheiro fora do lugar.

“Minha mulher ficou desesperada. Quando encontrou minha filha, ela ainda estava viva, mas o coração já estava fraquinho”, diz o pai. “Ela não dizia nada, só ficava olhando para a mãe”.

Um desconhecido ajudou a levar a menina para o Hospital São Luiz, onde a equipe médica tentou reanimar Maria Yloa por cerca de 50 minutos. “A médica tentou de tudo”, afirma José Tenório.

Desde o acidente, a família está hospedada na casa de um parente: “A gente não quis mais voltar para o apartamento, nem vamos”.

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