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Pai de adolescente morto após agressões aponta desprezo de escola

Julysses Názara, pai da vítima de 13 anos, afirmou que a direção da instituição de ensino negou pedidos de reuniões e o tratou mal

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Imagem de menino branco, com camiseta e shorts pretos, sentado em cadeira de rodas - Metrópoles
1 de 1 Imagem de menino branco, com camiseta e shorts pretos, sentado em cadeira de rodas - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O pai do adolescente de 13 anos, morto depois de ter sido agredido por estudantes na escola em que estudava, em Praia Grande, litoral de São Paulo, na última terça-feira (16/4), disse que procurou a direção da unidade de ensino, mas foi desprezado no local. Segundo Julysses Názara, o diretor respondeu a ele que os envolvidos eram crianças e que, por isso, se resolveriam entre si.

Ele foi chamado pela subdiretora para comparecer à Escola Estadual Júlio Pardo Couto, localizada no bairro Vila Mirim, no dia 19 de março, por conta de uma emergência ocorrida com o filho, Carlos Gomes. Lá, foi passado pela funcionária que o menino teria caído da escada, informação que foi desmentida imediatamente pelo jovem, que corrigiu falando que foi agredido por três alunos.

Em entrevista à TV Bandeirantes, Julysses disse que pediu três vezes por uma reunião com os pais dos agressores, mas todas as solicitações foram negadas pela subdiretora.

Após a data, a vítima começou a relatar muitas dores nas costas seguidas de falta de ar, calafrio e febres muito altas. Ainda segundo o pai, Carlos foi levado ao Pronto de Socorro Central da Praia Grande, onde foi liberado após tomar uma injeção na região da coluna.

O tratamento não resolveu e o pai teria levado o adolescente outras vezes à unidade, mas recebeu diagnósticos equivocados de escoliose e dor nas costas. Além disso, Julysses disse ter sido questionado sobre uma possível agressão ao filho e recebido indicação para tratamentos psicológicos para a vítima.

“[Ele] nunca teve escoliose, nunca teve falta de ar. Menino sempre foi caseiro, nadava comigo sempre no sítio, com fôlego e saúde”, afirmou o pai à TV Bandeirantes.

Mesmo com dores e marcas das agressões no corpo, o menino continuou sendo vítima de violência na escola. Pelo menos mais uma agressão teria acontecido.

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Carlos Gomes, de 13 anos, morreu após agressões em escola
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Após ter levado Carlos inúmeras vezes até o PS Central da Praia Grande, Julysses foi com o filho até a UPA de Santos, local em que recebeu o diagnóstico de uma infecção de pulmão agravada. Por conta da gravidade, o adolescente foi levado ao hospital da cidade, onde teve o óbito confirmado. Devido ao diagnóstico em um estágio avançado de infecção, não foi possível obter mais detalhes sobre o que teria causado tal problema.

Por fim, o homem revelou que algumas mães foram até a escola para protestar sobre o ocorrido e agradeceu a solidariedade: “Eu quero agradecer a todas as mães, que os filhos já sofreram bullying, que compareceram na escola hoje para uma manifestação”.

Questionada sobre a investigação do caso, a Secretaria da Educação de São Paulo (Seduc) informou que “a Diretoria de Ensino de São Vicente instaurou uma apuração preliminar interna do caso e colabora com as autoridades nas investigações”. A pasta disse ainda que “lamenta profundamente o falecimento do estudante”.

Deputada envia ofício

Após tomar conhecimento do caso, a deputada estadual Andréa Werner (PSB) informou ter encaminhado um ofício para as secretarias estaduais de Segurança Pública e Educação, na noite dessa quarta-feira (17/4), cobrando uma investigação urgente sobre a morte do adolescente.

Andréa, que coordena na Alesp a Frente Parlamentar pela Inclusão Escolar, disse que também solicitou abertura de inquérito à Promotoria Criminal em Santos. “A escola tem que ser um lugar seguro para todas as crianças e adolescentes”, afirmou.

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