Padre Júlio diz que autor de ameaça brigou com funcionários de igreja
Segundo padre Júlio Lancellotti, idoso pertence à família que doou terreno onde hoje funciona Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca
atualizado
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São Paulo – O idoso que deixou um bilhete com uma série de ameaças ao padre Júlio Lancellotti no último sábado (26/8) foi até a Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, dias atrás e brigou com funcionários. De acordo com o religioso, o homem, identificado como Wilson, de 72 anos (foto em destaque), pertence à família que doou o terreno onde hoje é a paróquia, há 60 anos.
Ao Metrópoles padre Júlio afirma que o homem foi até o local pedindo um documento de batismo anterior à existência do templo religioso. Ao ser informado que a paróquia não tinha o documento, o idoso teria prometido entrar na Justiça pedindo a anulação da doação.
“Ele esteve lá esses dias pedindo documentação de batismo. Foi informado que da época que ele pediu não era paróquia ainda. Ele sabia disso, mas estava implicado com o tratamento que se dá com a população de rua e ficou xingando, ofendendo e dizendo que ia entrar na Justiça para anular a doação”, afirmou o padre.
“A família é muito grande. Foi uma família muito benfeitora. Tenho até um pouco de receio de expor a família”, diz Lancellotti. Segundo o padre, o idoso não frequentava a paróquia regularmente.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, o idoso prestou depoimento e confessou ser o autor do bilhete. Ele disse que não tinha a intenção de fazer mal ao padre. O caso é investigado pelo 8º Distrito Policial de São Paulo.
No bilhete, o autor chamou o sacerdote de “petista vagabundo,” de “defensor dos direitos dos bandidos” e fez uma ameaça: “seu dia de reinado vai acabar”.
Conhecido por sua atuação na pastoral do povo de rua, o padre Lancellotti promove trabalhos sociais desde a década de 1980, em São Paulo. Ele é crítico de políticas que tirem moradores de rua de calçadas e praças.