Pablo Marçal após operação da PF: “Sou um perseguido político”
PF apura suposta falsidade ideológica, apropriação indébita e lavagem de capitais nas eleições de 2022, na campanha de Pablo Marçal
atualizado
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São Paulo – Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (5/7), o coach Pablo Marçal se manifestou nas redes sociais: “Agora, oficialmente sou declarado um perseguido político no Brasil. Cancelaram a minha candidatura a presidente em 2022, de forma equivocada, e roubaram a minha eleição legítima com quase 250 mil votos para deputado federal por São Paulo”.
A PF apura suposta falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita eleitoral e lavagem de capitais, ocorridas no curso das eleições de 2022.
Segundo a PF, os investigados realizaram doações milionárias às campanhas, sendo que boa parte desses valores foi remetida posteriormente às próprias empresas das quais são sócios.
Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e nas sedes das empresas supostamente envolvidas nos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba.
“Não fui acordado pela PF hoje, pq às 3h45 eu já estava acordado colocando pressão no sol. Fizeram busca e apreensão na minha casa com esse documento (foto de destaque) e não acharam nenhuma irregularidade. Fizeram buscas em 7 endereços (3 empresas, 2 sócios, 1 advogado e levaram apenas celular e notebook, como de praxe)”, escreveu Marçal.
Ele explicou que as investigações miram doações que teriam sido usadas para pagamentos de aeronaves e veículos de propriedade empresarial do grupo societário do qual parte com o escopo eleitoral.
Marçal disse que “a perseguição política engendrada contra a minha pessoa é fruto do pacote que todos estão sofrendo por terem apoiado o presidente Bolsonaro”.
“Claramente, existe uma tentativa de silenciar as vozes daqueles que defendem a liberdade nesta nação. Coloco tudo à disposição e acredito que a Justiça Eleitoral usará da firmeza da lei para cessar essa revolta instaurada sobre mim”, postou.
Eleições
Pablo Marçal foi pré-candidato do Pros à Presidência da República no ano passado, mas teve o nome retirado da disputa pelo próprio partido.
Ele chegou a ser eleito deputado federal por São Paulo, porém a eleição foi suspensa pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mortes em São Paulo
Duas investigações em curso na Polícia Civil de São Paulo estão associadas ao nome de Pablo Marçal.
No dia 5 de junho deste ano, o consultor Bruno Teixeira, 26 anos, teve parada cardíaca durante uma “maratona improvisada”, em Barueri, na Grande São Paulo, e acabou morrendo. Os participantes da corrida trabalhavam em empresas ligadas ao coach.
Um grupo com cerca de 30 pessoas se encontrou na sede da empresa Plataforma Internacional, que pertence a Marçal, com o desafio de correr 21 km. O trajeto, porém, teria sido ampliado para 42 km.
O outro caso envolve a morte do técnico de audiovisual Celso Guimarães Silva, 49, no dia 28 de junho. Ele morreu dois dias após sofrer descarga elétrica e cair de uma altura de quase cinco metros, em um estúdio do coach Pablo Marçal, em Barueri, Grande São Paulo.
Em nota, a assessoria de Pablo Marçal lamentou o ocorrido, confirmou que o acidente aconteceu em um dos estúdios pertencentes ao coach, mas explicou que o espaço estava locado a terceiros.