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Ouvidoria pede que PMs envolvidos em estupro coletivo sejam afastados

Mulher denunciou que foi vítima de estupro coletivo e engravidou em uma festa de PMs, no Guarujá, no litoral paulista

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Foto colorida mostra DDM do Guarujá, onde caso de estupro coletivo está sendo apurado - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida mostra DDM do Guarujá, onde caso de estupro coletivo está sendo apurado - Metrópoles - Foto: Reprodução/Google Street View

São Paulo – A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo enviou ofício, na quinta-feira (1º/2), para solicitar que a Corregedoria da Polícia Militar (PM) investigue e afaste das ruas os agentes envolvidos no estupro coletivo de uma mulher no Guarujá, litoral sul de São Paulo.

O estupro coletivo teria ocorrido em agosto de 2023, em uma casa alugada, onde cerca de 20 pessoas participavam de uma festa de PMs. Doze pessoas teriam participado do crime. A vítima registrou boletim de ocorrência em dezembro, na 1ª Delegacia da Mulher (DDM) de São Paulo, após descobrir que estava grávida.

No ofício, o ouvidor Claudio Aparecido da Silva pede informações sobre os procedimentos adotados para investigar o estupro coletivo. O documento foi encaminhado ao coronel Edson Luísa da Silva Simeira, dirigente da Corregedoria da PM.

O ouvidor também solicita que, “diante da gravidade das acusações”, a apuração do caso seja conduzida pela própria Corregedoria – e não pelos batalhões em que os PMs estariam lotados.

“Sugerimos que, assim que identificados, os policiais militares envolvidos no caso sejam afastados do trabalho operacional”, diz, no documento.

R$ 30 mil por silêncio

A mulher que teria sido vítima de estupro coletivo diz, ainda, que recebeu oferta em dinheiro para desistir de denunciar o caso. Segundo ela, os PMs teriam oferecido até R$ 30 mil por meio de um intermediário que a procurou pelo WhatsApp.

Segundo o advogado da vítima, Allan Kardec Iglesias, a mulher ela não pretendia procurar a polícia inicialmente. Entretanto, como descobriu que estava grávida e queria realizar aborto legalmente, foi informada que era necessário fazer o registro do estupro coletivo.

“Ela não queria levar o caso adiante. Tinha medo da situação e até de como poderia ficar a imagem dela. Em dezembro, ela descobriu que tinha engravidado em decorrência desse caso e decidiu fazer a interrupção da gravidez. Para isso, precisou fazer o B.O”, diz o advogado, que não representava a vítima na época.

Segundo ele, foi a partir do registro dessa ocorrência de estupro coletivo que a mulher começou a ser procurada pelos policiais.

“Ela registrou esse B.O. por uma questão de formalidade, nem quis dar muitos detalhes sobre o ocorrido. Mesmo assim, de algum jeito, isso vazou e chegou na mão dos PMs envolvidos. E então um outro policial, que não estava no local onde ocorreram os fatos, entrou em contato, como um intermediário, pedindo para que ela não levasse o caso adiante. Até então, a intenção dela realmente não era essa”, diz Iglesias.

Estupro coletivo

À polícia, a mulher que alega ter sido estuprada diz ter sido dopada. A vítima diz que só acordou no dia seguinte, sem saber o que tinha acontecido. Ela afirma ter sido informada por uma outra mulher que estava no local.

“Ela me disse: ‘Você estava em um quarto com vários caras. Safadinha, hein’. E eu respondi que não, que na verdade eu nem sabia o que estava acontecendo. Foi quando ela começou a ficar preocupada”, relatou a vítima ao g1.

“Me senti usada. Eles fizeram uma ‘fila’ e eu conseguia ouvir algumas coisas. Diziam: ‘Vai logo! Deixa que é a minha vez’”, lembrou a mulher.

Segundo o advogado, a suspeita é que os responsáveis pelo estupro coletivo tenham colocado alguma substância na bebida da vítima, o que fez com que ela apagasse.

“Essas festas são comuns entre os policiais. Policiais fazem diversas festas durante a Operação Verão na Baixada. Ela tem muitos amigos militares. Mas quando chegou lá, percebeu não era bem uma festa. Tinha muito mais homens que mulheres”, diz.

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