Ouvidoria pede acesso a câmeras de PMs ligados a morte de são-paulino
São-paulino Rafael Garcia, de 32 anos, morreu durante comemoração do título do clube na Copa do Brasil no último domingo
atualizado
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São Paulo – A Ouvidoria das Polícias de São Paulo instaurou um procedimento para apurar a morte do torcedor são-paulino Rafael Garcia, de 32 anos, que teria sido atingido com um tiro na nuca em confronto com a Polícia Militar durante a comemoração do título da Copa do Brasil, no último domingo (24/9). O órgão solicitou o envio das imagens das câmeras corporais acopladas às fardas dos agentes envolvidos no episódio.
Também foram solicitadas informações sobre o tipo de munição utilizada. À Polícia Civil, a Ouvidoria pediu acesso a laudos necroscópicos, laudos balísticos e câmeras de segurança do local.
Em nota, a Ouvidoria das Polícias classificou o episódio como “lamentável” e disse repudiar qualquer forma de violência.
“No cumprimento de suas atribuições legais, a Ouvidoria acompanhará todos os passos deste lamentável ocorrido e aproveita para manifestar seu total repúdio a qualquer forma de violência que, infelizmente, insiste em marcar esses confrontos que deveriam deixar como saldo apenas as emoções referentes a atuação esportiva e suas boas influências para a sociedade”, diz a Ouvidoria das Polícias em nota.
Tiro na nuca
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), Garcia foi encontrado com um ferimento na cabeça no local e levado ao pronto-socorro do Campo Limpo, onde morreu.
Na declaração de óbito, consta que o torcedor sofreu traumatismo cranioencefálico, por ação vulnerante de agente perfurocontundente, que é quando uma marca na pele da vítima fica tão evidente que é possível identificar o instrumento ou objeto utilizado. Segundo o texto, Rafael foi vítima de disparo de arma de fogo.
Em entrevista à TV Globo nesta terça, Vilma Garcia, mãe do torcedor, já tinha afirmado que o filho assassinado. “No atestado de óbito está [escrito] que meu filho foi assassinado. Por quê? Meu filho só queria se divertir. Não tinha outra torcida. Quem matou meu filho?”, disse.
A Polícia Civil investiga o que causou a morte do rapaz. O caso foi registrado como “promoção de tumulto e homicídio”.
Garcia era deficiente auditivo e membro da torcida organizada são-paulina Independente. Ele era um dos líderes do Surdos Tricolores, movimento ligado à torcida.