Ouvidor das polícias de SP pede desmonte de acampamentos golpistas

São Paulo – A Ouvidoria das polícias de São Paulo solicitou ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e ao secretário da Segurança Pública paulista Guilherme Derrite medidas imediatas para a desmobilização de acampamentos golpistas no estado de São Paulo. O pedido foi feito neste domingo (8/1).

O ouvidor Claudio Aparecido Silva reforçou, no fim da tarde deste domingo (8/1), que deve estar incluído na lista de desmonte o agrupamento de bolsonaristas concentrados em frente à Assembleia Legislativa.

Silva se manifestou, da mesma forma que outras autoridades, após atos antidemocráticos e violentos eclodirem em Brasília (DF), durante o domingo, com a invasão dos prédios dos Três Poderes.  Até a publicação desta reportagem, 150 pessoas haviam sido presas.

O ouvidor acrescentou ainda para que os serviços de inteligência das polícias atuem “imediatamente” para evitar “qualquer ato golpista” no estado de São Paulo.

Ele se refere ao fechamento da Avenida 23 de Maio, que ficou totalmente bloqueada, por cerca de uma hora e 20 minutos, na tarde deste domingo, mas imediações do Parque do Ibirapuera, na zona sul. Com cartazes antidemocráticos, atacando os Três Poderes, os manifestantes pediam um golpe militar. Os apoiadores de Jair Bolsonaro não aceitam a derrota dele, nas urnas, para o atual presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Silva acrescentou ainda para que os serviços de inteligência das polícias atuem “imediatamente” para evitar “qualquer ato golpista” no estado de São Paulo.

Governador de SP

Por meio de redes sociais, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas afirmou, na tarde deste domingo (8/1), que não irá permitir que casos de violência, durante manifestações, ocorram em território paulista, da forma em que se desencadearam em Brasília (DF).

Diante do caos promovido pelos bolsonaristas em Brasília, o governador paulista afirmou, em seu Twitter, que as manifestações “perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos”, acrescentando que “não admitiremos isso em SP.”

Freitas, que defende bandeiras do bolsonarismo, acrescentou que, para o país caminhar, o debate de ideias divergentes deve ser “responsável, apontando direções.”

O secretário da Segurança Pública Guilherme Derrite afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o direito à livre manifestação não pode ser usado “para cometer atos de vandalismo”. “Tais condutas não serão toleradas e os responsáveis serão punidos conforme a lei. As forças de segurança de São Paulo seguem monitorando a situação em todo o estado e atuando para preservar o direito de todos”, afirmou.

Ele não comentou sobre as solicitações feitas pela Ouvidorias das polícias de São Paulo.

Atos em Brasília

A capital federal foi palco de conflitos entre os manifestantes golpistas e Forças de Segurança neste domingo.

Por causa disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, na tarde deste domingo (8/1), uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) – emprego das Forças Armadas – para frear a depredação que manifestantes bolsonaristas promovem nos prédios dos Três Poderes. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).

Flavio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública, afirmou que a manifestação em Brasília uma “absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”, escreveu em seu Twitter.