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“Operação no Guarujá é chacina”, diz presidente do Condepe

Dimitri Sales, do conselho de Direitos Humanos, criticou a Operação Escudo, desencadeada no Guarujá após a morte de soldado da Rota

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Imagem colorida mostra um homem jovem observa uma viatura da Polícia Militar com profissional da saúde apoiado sobre maca - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra um homem jovem observa uma viatura da Polícia Militar com profissional da saúde apoiado sobre maca - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), Dimitri Sales, afirma que a ação policial no Guarujá, que agora se expande para outras regiões da Baixada Santista, é uma chacina contra a população que vive em bairros pobres.

“O Condepe entende que se trata de chacina. Coletamos denúncias de tortura, maus tratos e abuso de autoridade por parte dos policiais. É sobre isso que estamos tratando”, afirma Sales.

O presidente do Condepe esteve nesta segunda-feira (31/7) no Guarujá, mas não conseguiu conversar pessoalmente com moradores de locais afetados pela Operação Escudo, da Polícia Militar. “A sensação é de um clima muito tenso na cidade”, diz. “Isso impediu que fizéssemos contato. A gente não conseguiu entrar nas comunidades para conversar com os familiares das vítimas”, afirma.

Sem entrar nos bairros pobres, Sales foi então à delegacia responsável pelas investigações e conversou com quatro delegados.

Para Sales, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) legitimou a Operação Escudo antes mesmo de qualquer investigação, o que pode ser entendido pela tropa como autorização para a prática de violações dos direitos humanos.

“É de uma irresponsabilidade sem limites o governador não ter apurado as informações e, de pronto, ter respaldado a atuação da polícia. No mínimo, deveria aguardar as apurações iniciais para contestar as denúncias de tortura e maus tratos que a gente recebeu”, diz.

Sales afirma também que a escalada no número de mortos não afeta somente moradores de bairros pobres, mas também acaba se voltando contra os próprios policiais, daí a importância de uma decisão que coloque um freio nas ações. “Essa onda de violência não vai levar, absolutamente, a nada, senão à continuação das mortes. É contra isso que a gente está lutando”, diz.

Em ofício enviado na segunda-feira (31/7) ao Ministério Público Estadual, o Condepe pediu que a Procuradoria-Geral de Justiça avoque para si a responsabilidade pela apuração dos fatos ocorridos no Guarujá. “A seriedade da situação aponta para o cometimento de crimes de tortura, execuções sumárias, abuso de autoridade, homicídio, constituindo-se em graves violações de direitos humanos” diz o texto assinado por Sales.

Questionada ao longo dos últimos dias sobre as denúncias de abusos cometidos por policiais militares no Guarujá, a Secretaria da Segurança Pública diz que todos os casos são investigados.

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