Operação na Baixada é retomada após morte de PM e faz 29ª vítima
Morte de suspeito em São Vicente se soma a 28 óbitos registrados em Guarujá e Santos na fase anterior da operação, encerrada há uma semana
atualizado
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São Paulo – Três dias depois de anunciar o fim da Operação Escudo na Baixada Santista, o governo de São Paulo informou que as forças de segurança do estado voltaram a reforçar o policiamento no litoral. A operação foi retomada na última sexta-feira (8/9) em São Vicente, após um sargento da reserva ser morto em frente à sua casa.
Durante a nova fase da Operação Escudo, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), pelo menos uma pessoa morreu em suposto confronto com a Polícia Militar em São Vicente. O óbito ocorreu no domingo (10/9) e se soma a outras 28 mortes em Santos e Guarujá confirmadas na etapa anterior da operação, encerrada na terça-feira da semana passada (5/9). Com isso, o total de mortes decorrentes de intervenção policial nesta operação chega a pelo menos 29 no litoral desde 28 de julho.
Além das 29 mortes oficialmente relacionadas à Operação Escudo, um homem foi morto em confronto com policiais militares, nessa terça-feira (12/9), na comunidade da Pedreira, no bairro Jardim Virginia, no Guarujá. Com esse caso, noticiado até pelo secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, em suas redes sociais, o total de mortes é de pelo menos 30.
Ataques a PMs
A morte do policial que levou à retomada da operação ocorreu na tarde de sexta-feira em São Vicente. Gerson Antunes Lima, de 55 anos, aposentado da PM em 2019, foi atacado por homens em duas motos. Ele estava varrendo a calçada de sua casa, despreocupadamente, vestindo bermuda, sem camisa, quando foi baleado. Levado ao hospital ainda vivo, Gerson não resistiu.
No dia seguinte (9/9), em outra ocorrência em São Vicente, o PM Lucatio de Oliveira Santos também foi baleado na porta de sua casa. Ele estava na com sua filha quando foi atingido por três disparos (na perna, no glúteo e no tórax). O policial, porém, conseguiu sobreviver até que os médicos prestassem os primeiros socorros e o salvassem. Lucatio segue sob acompanhamento médico.
Mulher morta
Segundo a SSP, três suspeitos de participação na morte do PM aposentado em São Vicente já foram identificados. Na noite do crime, uma equipe do 2º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) que fazia buscas pelos suspeitos foi atacada, informou a secretaria.
Na ocasião, um soldado e quatro pessoas que estavam nas imediações também ficaram feridas. Uma mulher de 22 anos não resistiu aos ferimentos. Um homem de 18 anos, suspeito de participação no ataque, foi preso na noite de sábado em Santos, de acordo com a SSP.
A morte decorrente de confronto em São Vicente ocorreu na manhã de domingo, quando um homem de 23 anos resistiu a uma abordagem policial na Vila Jóquei Clube, segundo a SSP. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de São Vicente, que instaurou inquérito policial para apurar os fatos.
Operação no Guarujá
A primeira etapa da Operação Escudo foi deflagrada logo após o assassinato do soldado da Rota Patrick Reis, de 30 anos, em 27 de julho. Ele foi baleado no tórax com um tiro de pistola 9 mm durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá. Outro PM, que estava na mesma viatura, acabou sendo ferido na mão. Foi o primeiro assassinato de um policial em serviço da Rota, a tropa de elite da PM paulista, desde 1999.
Dias depois, a polícia identificou e prendeu todos os suspeitos de envolvimento na morte do PM. Autoridades policiais ligadas à investigação afirmaram ao Metrópoles que partiu da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) a ordem para que Erickson David da Silva, apontado como autor do disparo que matou o policial, se entregasse.