Operação na Baixada: 90% dos presos não tinham armas, diz Defensoria
Defensoria Pública analisou 264 prisões realizadas entre 27 de julho e 15 de agosto pela Operação Escudo, deflagrada na Baixada Santista
atualizado
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São Paulo — Relatório divulgado pela Defensoria Pública de São Paulo aponta que 90% dos 264 presos pela Operação Escudo, entre os dias 27 de julho e 15 de agosto, na Baixada Santista, litoral de São Paulo, não portavam armas quando foram detidos pelos policiais.
Ainda segundo o relatório, elaborado pelo Núcleo Especializado de Situação Carcerária do órgão, 67% dos detidos estavam sem drogas no momento das prisões.
A Operação Escudo foi deflagrada após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a tropa de elite da Polícia Militar paulista. Ele foi morto enquanto fazia patrulhamento em um ponto de venda de drogas em uma comunidade do Guarujá, na Baixada Santista.
Ao todo, segundo balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram presas 363 pessoas, sendo 137 eram procuradas pela Justiça. Houve ainda apreensão de 810 kg de drogas e 48 armas. Desde então, 18 suspeitos foram mortos em supostos confrontos com os policiais.
As prisões analisadas foram aquelas às quais a Defensoria teve acesso, por isso o número menor do que aquele divulgado pelos responsáveis pela operação.
Segundo a Defensoria, das 170 prisões em flagrante, 70 (41% ) terminaram com a soltura das pessoas detidas.
Ainda em relação aos flagrantes, a Operação Escudo não foi mencionada em 156 boletins de ocorrência (92%). Do total, em 131 casos (81%), a defesa ficou por conta da Defensoria Pública.
O relatório da Defensoria Pública aponta também que 24% dos presos em flagrante (40) tinham lesões. A PM foi responsável por 75% dessas prisões (127).
Já entre os 94 procurados pela Justiça que foram detidos, em 86 casos (91%) não houve menção à Operação Escudo.