Operação faz bloqueio em massa de celulares usados em golpes digitais
Em ação inédita, Polícia Civil bloqueou IMEI de 132 aparelhos do crime organizado. Mandados são cumpridos em 26 cidades paulistas e no MT
atualizado
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São Paulo — Uma nova fase da Operação CyberConnect, deflagrada nesta quinta-feira (7/11) pela Polícia Civil de São Paulo, promoveu o bloqueio em massa dos IMEIs de celulares usados por criminosos em fraudes eletrônicas milionárias. Uma única vítima da quadrilha perdeu R$ 1,5 milhão em um dos golpes cibernéticos.
Cerca de 400 policiais cumprem, nesta manhã, 103 mandados de busca e apreensão em 26 cidades paulistas, incluindo a capital, Grande São Paulo, interior e litoral. Uma cidade de Mato Grosso também foi alvo de mandado. Até as 10h, 19 pessoas tinham sido presas ((17 por prisões preventivas e 2 em flagrante).
Para o andamento da ação, 132 IMEIs, ou códigos para identificação de aparelhos celulares, foram bloqueados, uma iniciativa inédita da polícia. Os crimes praticados com esses celulares ocorreram entre 1º de julho e 30 de setembro deste ano na região de Fernandópolis.
Uma das vítimas é uma médica de São José de Rio Preto, no interior do estado. Ela teve um prejuízo de R$ 1,5 milhão ao cair no golpe do falso gerente de contas. Um homem foi preso na capital envolvido nesse golpe. Em outro caso, 40 pessoas de Votuporanga foram vítimas de uma fraude relacionada a falsas vendas de uma empresa de varejo.
Segundo o delegado Everson Contelli, titular da Seccional de Fernandópolis, a inteligência policial identificou que todos os aparelhos têm
cadastros falsos, o que constitui um comportamento abusivo. “Muitos desses celulares serão apreendidos e, caso o proprietário pretenda o desbloqueio do aparelho que permanecer em sua posse, deverá comparecer a uma das delegacias da região de Fernandópolis”, explicou.
Contelli afirmou que um único aparelho é utilizado com centenas de chips. Segundo as investigações, existem aparelhos de todas as marcas, com um valor médio de R$ 2 mil, o que pode representar um prejuízo ao crime organizado de R$ 264 mil. O delegado explicou que, posteriormente, os aparelhos poderão auxiliar no ressarcimento das vítimas.
A Operação CyberConnect é coordenada pelo Deinter 5 e Demacro, montada com vistas a combater a criminalidade cibernética. “Ações firmes de repressão são fundamentais, é verdade, mas é importante também que internautas e operadores de sistemas digitais tenham consciência dos riscos do ambiente digital, redobrando ações e cuidados”, afirmou Contelli.