Operação Escudo: capitão e cabo da Rota se tornam réus por morte
Os PMs se tornaram réus por homicídio qualificado e obstrução de provas em uma das 28 mortes cometidas por PMs durante Operação Escudo
atualizado
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São Paulo – Mais dois policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) se tornaram réus por homicídio qualificado e obstrução de provas em uma das 28 mortes cometidas por PMs durante a Operação Escudo, no ano passado, na Baixada Santista, no litoral de São Paulo.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) tornou réus no dia 16 de julho o cabo Ivan Pereira da Silva e o capitão Marcos Correa de Moraes Verardino, que era o coordenador operacional da Operação Escudo, segundo a acusação.
No total, seis PMs da Rota estão réus acusados de praticarem homicídio durante a ação.
A denúncia foi apresentada pelos promotores do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) em 15 de julho de 2024.
O capitão Verardino e o cabo Silva foram suspensos, pela determinação judicial, do exercício de suas funções públicas de policial militar.
Outros dois PMs da Rota, que estavam na mesma guarnição, não foram denunciados. De acordo com o Ministério Público, em nenhum momento participaram dos crimes imputados.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que não comentar decisões judiciais.
O capitão Verardino e o cabo Silva foram denunciados pela morte de Fabio Oliveira Ferreira, de 40 anos, na rua Albino Marques Nabeto, em Vicente de Carvalho no Guarujá. De acordo com os policiais, ele estavam “com volume na cintura e em atitude suspeita”. O homem teria tentado sacar uma arma.
“Os acusados, sob a alegação de que a vítima trazia na cintura uma arma de fogo, realizavam a abordagem dela, que prontamente se rendeu, levantando as mãos para cima”, diz a acusação feita pelo MP.
A investigação apontou que o capitão Verardino disparou, com seu fuzil, três vezes contra o rapaz. Foram dois tiros na região toráxica e a terceira na mão direita da vítima.
Já com Ferreira baleado e caído ao solo, o cabo Silva efetuou mais dois disparos, também na região toráxica, segundo o MP.
Na sequência os PMs revistaram o rapaz. Essa ação foi filmada por um pedestre que passava no local no momento.
Em 2023, a Operação Escudo foi encerrada após 40 dias com 28 mortos. Na ocasião, sob críticas e denúncias de abusos, a ação foi desencadeada após a morte do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Patrick Bastos Reis, em julho do ano passado, no Guarujá.
Fabio Oliveira Ferreira foi o primeiro dos 28 mortos pela PM.