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Operação da PF vira trunfo contra nome bolsonarista na chapa de Nunes

Alternativas para vice do prefeito Ricardo Nunes, como Milton Leite, ganham força com operação da PF que atingiu Bolsonaro e Valdemar

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Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, em imagem do peito para cima, falando ao microfone na frente de um banner da Prefeitura - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, em imagem do peito para cima, falando ao microfone na frente de um banner da Prefeitura - Metrópoles - Foto: Prefeitura de São Paulo

São Paulo — Com o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, como alvos, a operação da Polícia Federal (PF) deflagrada nessa quinta-feira (8/2), contra suspeitos de participarem de uma suposta tentativa de golpe de Estado, atingiu dois dos principais aliados eleitorais do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e virou trunfo para outros partidos que pleiteiam a vaga de vice na chapa, em especial o União Brasil.

Na cidade de São Paulo, o partido é comandando pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, que aparece como um dos cotados para ser o vice de Nunes, apesar de Bolsonaro reivindicar um nome bolsonarista para o posto após o acordo de aliança feito por Valdemar com o prefeito para a eleição de outubro.

Bolsonaro foi proibido de deixar o Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, o ex-presidente participou da elaboração de uma tentativa de golpe de estado, em 2022, quando perdeu a eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Já Valdemar foi preso porque, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão contra ele, os policiais federais encontraram uma arma ilegal em sua posse.

Nunes vem buscando o apoio de Bolsonaro para sua candidatura desde o fim de 2022, em uma estratégia de unir partidos de centro e de direita contra a campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que tem apoio de Lula. Valdemar, que já declarou apoio ao prefeito, era o principal articulador dessa aliança. Desde o início, o objetivo de Nunes sempre foi evitar uma candidatura bolsonarista que pudesse atrapalhar seu desempenho no primeiro turno.

Há duas semanas, em uma reunião ocorrida no gabinete de Nunes, Valdemar apresentou ao prefeito o nome do coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Mello Araújo como a opção de Bolsonaro para a vaga de vice.

Agora, contudo, mesmo com o peso político que o PL ainda tem — é o partido com maior tempo de TV e fundo eleitoral —, o cerco da PF a Bolsonaro e Valdemar abriu uma brecha para que outros aliados de Nunes se fortaleçam na disputa pela vice.

Entre integrantes da campanha, há quem acredita que o dano causado pela investigação da PF sobre Bolsonaro e Valdemar é irreversível até as eleições de outubro. Aliados de Nunes não descartam a possibilidade de Bolsonaro ser preso.

“O que vai ser desse coronel agora?”, questionou um aliado do prefeito, em referência a Mello Araújo, o preferido de Bolsonaro para compor a chapa de Nunes. Para esse aliado, independentemente da operação da PF, a discussão sobre a vaga de vice só deveria ocorrer em junho, perto do prazo final estabelecido pela Justiça Eleitoral. “Até lá, ainda tem muita água para passar.”

Já o vereador Milton Leite avalia que qualquer análise sobre os impactos da operação contra Bolsonaro e Valdemar devem ser feitos após a turbulência, e não neste momento. Ele admite, contudo, que seu partido está no páreo para a disputa.

“O União Brasil está na mesa com os demais partidos e é legítimo que o partido pleiteie o posto de vice, que vai ser definido por todos os aliados”, afirmou Leite.

Além do nome bolsonarista indicado pelo PL e de Milton Leite, do União, o Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, e até o PSDB, sigla do ex-prefeito Bruno Covas (morto em 2021), cobiçam o posto.

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