O que se sabe sobre casal e genro que foram mortos a facadas em SP

São Paulo — Na manhã da última sexta-feira (24/5), três pessoas da mesma família foram encontradas mortas dentro de casa em Agudos, no interior de São Paulo. O caso ainda está em investigação pelas autoridades e apresenta poucas informações do que pode ter acontecido.

As identidades das vítimas já foram divulgadas. Trata-se de Aparecido Roberto Carrasco, de 74 anos, Joana Fátima Sanches Carrasco, de 70, e Valdinei de Souza, de 57. Todos foram encontrados sem vida, dentro da casa do casal mais velho, na parte da manhã da última sexta.

Em depoimento dado às autoridades, Karina Sanches Carrasco, de 46 anos, filha do casal e esposa de Valdinei, afirmou que o homem saiu para caminhar pela manhã, como de costume. Com o tempo, Karina começou a ficar preocupada e, como o marido não havia levado o celular, ainda no trabalho, ligou para os pais, já que Valdinei costumava passar na casa dos sogros.

A ligação não foi atendida e a mulher foi até o lugar, onde encontrou os três mortos com marcas de faca no pescoço. Aparecido foi encontrado próximo ao fogão, caído na cozinha. Joana também foi encontrada com marca de golpes de facas no pescoço na parte das costas. Valdinei foi o terceiro achado do mesmo jeito.

A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados. No local, as equipes encontraram bocais de fogão acesos e um botijão de gás em chamas. Karina ainda revelou a presença de um pano pegando fogo em cima do eletrodoméstico.

A mulher revelou às autoridades que suspeita de assalto, porém nenhum material roubado foi mencionado no registro policial. Além disso, não havia sinais de arrombamento na porta de entrada da residência. A motivação ainda é uma incógnita.

As investigações também não informaram se já têm um suspeito e nem seu paradeiro.

Posteriormente, agentes da perícia foram acionados e apreenderam o celular de Joana, a vítima mulher, mas não identificaram nenhuma digital no aparelho eletrônico. Além disso, pediram um exame necroscópico com coleta de material biológico nas unhas das vítimas.

Cuidam das investigações agentes da DEIC e da Delegacia Seccional de Polícia de Bauru. O caso foi registrado como homicídio.

O Metrópoles tentou contato com a investigação porém mais detalhes não foram divulgados.

Fama da família

Tanto a família de Aparecido e Joana quanto a de Valdinei são moradoras de longa data de Agudos, município próximo à Bauru que possui 37.680 habitantes, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“As duas famílias são tradicionais, descendentes de fazendeiros na região. Eram pessoas muito conhecidas, que tinham a maior estima da população local. A cidade parou por conta disso [os assassinatos]”, disse o advogado Matheus Piotto, que representa a filha e esposa das vítimas, ao Metrópoles.

As três vítimas foram veladas no cemitério público da cidade, na manhã do último sábado (25/5) e sepultadas na parte da tarde.

O caso foi registrado como homicídio na Delegacia de Agudos. A perícia foi acionada para o local da ocorrência e as vítimas foram encaminhadas para exame necroscópico, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Morte de adolescente

Na manhã dessa segunda-feira (27/5), a polícia encontrou, em um prédio abandonado em Bauru, município vizinho a Agudos, o corpo de adolescente de 15 anos apontado como suspeito de ter matado a família.

A causa da morte não foi confirmada. Segundo informações preliminares, os ferimentos condizem com o impacto de uma queda. O caso foi registrado como morte suspeita.

O adolescente era vizinho das vítimas e desapareceu após os corpos serem encontrados.

Histórico de Agudos

Apenas um homicídio havia sido registrado na cidade neste ano. Com o caso, ao menos mais três farão parte desta estatística.

Com quatro crimes dessa natureza constatados, cidade atinge o maior número de 2022, quando registrou cinco casos de homicídio.