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O preço do União Brasil para aderir ao governo Tarcísio

União Brasil pede participação direta na administração, para se firmar como parte da base do governo, mas Tarcísio resiste a oferecer cargos

atualizado

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Assembleia Legislativa de São Paulo
Milton Leite Filho
1 de 1 Milton Leite Filho - Foto: Assembleia Legislativa de São Paulo

São Paulo – Com bancada de sete deputados estaduais e posicionamento ideológico próximo ao do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o União Brasil ainda batalha por cargos públicos na administração do estado, para ingressar de vez na base do governo, apesar das resistências do Palácio dos Bandeirantes.

Desde a transição do governo Rodrigo Garcia (PSDB) para a gestão Tarcísio, o partido reivindica participação na Secretaria de Estado da Habitação, que ficou com Marcello Branco, do grupo político de Gilberto Kassab (PSD).

Atualmente, o partido tenta emplacar um nome para a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Estado de São Paulo (CDHU).

O Palácio dos Bandeirantes, no entanto, se recusa a atender à demanda. O recado de Tarcísio para todos os aliados é que o apoio se dá por meio da liberação das emendas parlamentares, do atendimento de demandas nos redutos eleitorais (como execução de obras) e da construção de palanques eleitorais conjuntos para o próximo ano – e não pelo loteamento de cargos nos escalões mais altos.

Se cedesse a CDHU, o receio de aliados do governador é que outras legendas se sentiriam encorajadas a se rebelar em busca de mais controle da máquina.

Além disso, há a avaliação de que o União não teria interesse em roer a corda nas relações com Tarcísio, especialmente depois do julgamento da última sexta-feira (30/6) que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. O governador é um dos nomes que aparecem como prováveis sucessores do espólio eleitoral do ex-presidente, em 2026.

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União Brasil trava votação na Alesp

Há duas semanas, a bancada do União ensaiou uma demonstração mais pública da insatisfação. Os deputados do partido obstruíram a votação de um projeto em que o estado pedia autorização para contrair R$ 6,5 bilhões em empréstimos, a fim de viabilizar o projeto do trem São Paulo-Campinas, uma das promessas eleitorais do governador.

Apenas o deputado Guto Zacarias, que é um dos vice-líderes de Tarcísio e, além de filiado ao União, é membro do Movimento Brasil Livre (MBL), apareceu para votar.

Com apenas 45 votos, quantidade insuficiente para aprovar o projeto de lei – são necessários, no mínimo, 48 votos dos 94 deputados –, o projeto precisou ser votado novamente no dia seguinte. Deputados da base governista alongaram os votos com discursos para ganhar tempo e convencer a bancada a votar.

A medida foi ironizada por parlamentares de partidos de oposição ao governo. “A partir de agora só vou declarar votos muito longos e muito calmos aqui no microfone, adotando a tática da base do governo para ver se convence o União Brasil a votar”, disse a deputada Mônica Seixas (PSol) ao plenário.

Reajuste das polícias trava na Alesp em meio à pressão por emendas

Embora os membros do União tenham alegado, nos bastidores, que a rebelião tinha como pano de fundo insatisfações decorrentes de lentidão na liberação de emendas extras, foi a sinalização de que as emendas poderiam deixar de sair que fez com que a bancada votasse, na sessão seguinte, pela aprovação do projeto.

O deputado estadual Milton Leite Filho (na foto em destaque), líder da bancada do União na Alesp, foi procurado, mas não respondeu aos pedidos do Metrópoles.

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