O preço da vitória de Nunes para alçar aliado à presidência da Câmara
Disputa embolada pelo comando da Câmara de SP terminou com mais espaço ao União Brasil no 1º escalão da Prefeitura de Nunes
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A escolha do vereador Ricardo Teixeira (União Brasil) para ser o candidato do partido à presidência da Câmara Municipal da capital, e consequentemente o principal nome para ocupar o posto, sela uma vitória do prefeito Ricardo Nunes (MDB) após uma embolada disputa nos bastidores e novas negociações por espaço no 1º escalão da Prefeitura.
O nome de Teixeira foi definido por Nunes e pelo atual presidente da Câmara, o vereador Milton Leite (União), em uma reunião no início da semana. No acordo, o prefeito cedeu a Leite o controle sobre a Secretaria de Habitação e sobre a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), além de manter a Secretaria de Transportes sob o domínio do vereador.
Nunes também argumentou a Leite que ambos corriam o risco de derrotas que poderiam enfraquecê-los politicamente. A montagem da chapa pela reeleição do prefeito previa que o União, comandado por Leite na capital paulista, manteria o comando da Câmara. No entanto, não havia um consenso a respeito do nome, o que poderia levar a uma surpresa no dia da eleição, marcada para 1º de janeiro, após a posse dos vereadores.
Nunes defendia que o presidente fosse Teixeira, de quem é próximo, mas Leite tentava emplacar o seu pupilo Silvão Leite, um novato, o que desagradava boa parte dos vereadores.
Por fora, o nome de Rubinho Nunes (União) também corria com maior aceitação entre os parlamentares. No entanto, Rubinho, que vinha coletando assinaturas dos vereadores, havia sido vetado pelo prefeito por ter apoiado Pablo Marçal (PRTB) no 1º turno das eleições deste ano.
O MDB, partido de Nunes, ameaçava lançar uma candidatura própria à presidência caso o candidato do União fosse Rubinho, contrariando um acordo interno da maioria das bancadas da Câmara de lançar apenas uma única chapa.
Nunes expôs todo o cenário de indefinição a Leite indicando que havia, ainda, o risco de que um nome de fora do União se aventurasse e vencesse em uma eventual disputa, enfraquecendo prefeito e aliados.
Com a garantia de mais de uma secretaria sob o seu comando, além da estatal de habitação, Leite teria cedido sobre seu sucessor. Com isso, reuniu a bancada do União, nesta quinta-feira (26/12), para oficializar a indicação de Teixeira como o nome do partido.
Em nota, Milton Leite afirmou que não houve negociação de cargos e que as definições sobre o secretariado cabem ao prefeito.
“Não houve nenhuma negociação de cargos relacionada à definição do nome de Ricardo Teixeira para a disputa da presidência da Câmara. O acordo eleitoral é que a presidência ficaria com o União Brasil e isso está sendo cumprido. Toda definição de nomes de secretários e dirigentes, no Executivo, cabe ao prefeito”, diz o texto.
A votação na Câmara no dia 1º de janeiro deve confirmar Teixeira na presidência. Respeitando a proporcionalidade das bancadas, o PT deve manter a 1ª secretaria. Já o MDB e o PL devem ficar com a 1ª e 2ª vice-presidências, respectivamente.