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O motivo da ira de bolsonaristas com Tarcísio no governo de SP

Apoio à reforma tributária por Tarcísio foi estopim de crise que vem desde o começo do ano por causa de aliado que bolsonaristas não querem

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Governo do Estado de São Paulo
Kassab e Tarcísio
1 de 1 Kassab e Tarcísio - Foto: Governo do Estado de São Paulo

São Paulo – A crise escancarada na semana passada entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e seus aliados bolsonaristas na reunião do PL em que o governador foi hostilizado por apoiar a reforma tributária tem como pano de fundo a presença e a influência de Gilberto Kassab no governo de São Paulo.

Além de ser secretário de Governo, responsável pela articulação política e pela liberação de emendas parlamentares, Kassab tem aliados em três secretarias que concentram uma enorme fatia do orçamento do governo paulista: Eleuses de Paiva (Saúde), Renato Feder (Educação) e Marcelo Branco (Habitação).

Para os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e na bancada paulista da Câmara dos Deputados, Kassab não é confiável porque o partido que preside, o PSD, integra o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comandando três ministérios — Agricultura, Minas e Energia e Pesca.

Ruídos na articulação política

A rejeição à presença de Kassab no primeiro escalão é tamanha entre os seguidores de Bolsonaro que Tarcísio teve de acionar até o assessor especial Diego Torres Dourado, que é irmão de Michelle Bolsonaro, para acalmar os ânimos dos bolsonaristas na Alesp, onde a articulação deveria ser liderada por Kassab.

Os próprios deputados estaduais têm recorrido, por conta própria, ao secretário da Casa Civil, Arthur Lima, para fazer o meio-campo com o governador. Braço direito de Tarcísio, Lima é bolsonarista e tem ganhado projeção política recebendo parlamentares e prefeitos.

Tarcísio tem o diagnóstico de que a presença de Kassab é um ponto intransponível na relação com os bolsonaristas, mas já fez chegar ao grupo a mensagem de que não abrirá mão do auxiliar que ajudou na articulação política durante a vitoriosa campanha eleitoral.

Em conversas reservadas, aliados próximos de Bolsonaro fazem questão de frisar que Tarcísio deve sua eleição ao Palácio dos Bandeirantes em 2022 ao ex-presidente e não ao presidente do PSD.

O governador paulista e o clã Bolsonaro já fizeram as pazes, concordando que houve exagero nos ataques feitos ao governador na semana passada. O ex-presidente e seus filhos fizeram postagens elogiosas ao governador, que declarou publicamente ser “leal” a Bolsonaro.

Agora, a missão de Tarcísio é pacificar o próprio quintal. Nesta segunda-feira (10/7), por exemplo, ao participar de um anúncio da área de educação no palácio, Tarcísio chamou Kassab de “professor”, que sempre tem coisas a lhe ensinar, mas também convidou ao palco e elogiou os deputados estaduais bolsonaristas Lucas Bove e Valéria Bolsonaro, ambos do PL.

Presença fundamental de Kassab

Nos corredores do Palácio dos Bandeirantes, auxiliares do governador lembram que Kassab havia sido indicado, na gestão passada, para exercer a mesma função, a convite de João Doria (na época, no PSDB). Mas o ex-governador terminou por escantear o aliado, investigado por suspeita de corrupção à época, e terminou tão desarticulado politicamente que não conseguiu viabilizar sua própria candidatura presidencial.

Kassab, segundo aliados de Tarcísio, trabalha para tentar assegurar o posto de vice em uma futura chapa de reeleição do governador, em 2026, e se cacifar para tentar uma candidatura própria ao governo paulista em 2030, enquanto Tarcísio partiria para uma candidatura presidencial.

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