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Nunes quer usar contrato de 2011, alvo de denúncia, para retomar obra

Gestão Ricardo Nunes tenta acordo com Queiroz Galvão e Galvão Engenharia para fazer túnel estimado em R$ 575 milhões na Sena Madureira

atualizado

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Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, sentado, com cotovelos apoiados em uma mesa e as mãos cruzadas, olhando sério, para frente. Ele veste camisa azul - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, sentado, com cotovelos apoiados em uma mesa e as mãos cruzadas, olhando sério, para frente. Ele veste camisa azul - Metrópoles - Foto: Prefeitura de São Paulo

São Paulo — Em uma audiência realizada no Tribunal de Contas do Município (TCM) nesta quinta-feira (18/1), a gestão Ricardo Nunes (MDB) apresentou uma proposta de usar um contrato de 2011 — que foi alvo de uma denúncia de pagamento de propina — para retomar o projeto de construção de um túnel ligando as avenidas Sena Madureira e Ricardo Jafet, na zona sul da capital.

O contrato resgatado pela Prefeitura foi assinado na gestão Gilberto Kassab (PSD) com as construtoras Queiroz Galvão e Galvão Engenharia, que executariam o processo em consórcio. Porém, o sucessor de Kassab, Fernando Haddad (PT), optou por não seguir com o projeto.

Em 2018, em decorrência das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente da Galvão Engenharia Dario Queiroz Galvão Filho afirmou ter pago R$ 1 milhão a Kassab em 2008 em troca do contrato. Os processos contra Kassab ainda transitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na audiência desta quinta, o secretário municipal de Infraestrutura e Obras, Marcos Monteiro, defendeu que usar o contrato paralisado de 2011 para tirar as obras do papel seria mais vantajoso para a cidade do que realizar uma nova licitação.

Segundo o secretário, em uma conversa preliminar com as empresas, elas aceitaram retomar o projeto pelos valores originais — corrigidos pela inflação — sem requisitar nenhum reequilíbrio financeiro à cidade.

Ou seja, embora alguns itens usados para os cálculos do preço original (R$ 218 milhões) tenham subido mais do que a inflação acumulada nos últimos 12 anos, como aço e concreto, o consórcio teria concordado em apenas atualizar o valor antigo pela inflação, no lugar de usar os valores de mercado atuais.

O Metrópoles questionou o consórcio sobre o tema, mas a opção foi por não se manifestar.

Atualizações

A proposta, porém, tem entraves que foram discutidos na audiência desta quinta.

Os projetos originais do túnel têm mais de 15 anos e estão desatualizados do ponto de vista técnico. Itens de segurança, de ventilação e para trânsito de pedestres em caso de emergência que são obrigatórios hoje não estavam naquelas pranchetas e o projeto precisa de alterações.

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Nunes posa para foto com cozinheira
Nunes na sala de reuniões do 5º andar da Prefeitura
Nunes ao lado dos aliados Tarcísio de Freitas e Milton Leite
Nunes cumprimenta paciente em unidade de saúde
Nunes durante visita à represa Billings
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Nunes dá a mão a funcionária pública no centro

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Nunes cumprimenta paciente em unidade de saúde

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Nunes durante visita à represa Billings

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Nunes olha para planta de obra pública

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Monteiro afirmou que, com essas atualizações, o contrato ficaria agora em R$ 575 milhões. Ainda segundo o secretário, entretanto, caso optasse por fazer uma nova licitação, a obra ficaria em R$ 613 milhões.

A reunião dos técnicos do TCM e da Prefeitura foi transmitida no YouTube e pode ser vista aqui.

Na própria reunião, representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) apontaram mais ajustes que não estão na nova proposta. A Legislação de São Paulo prevê que novas vias devem ser equipada com ciclovias ou espaço para ciclovias, o que também não está no projeto.

A Prefeitura ainda precisa comprovar ao TCM que a proposta de usar esse contrato é mais vantajosa do que a licitação nova. Como a apresentação feita nesta quinta foi apenas preliminar, os técnicos optaram por se manifestar apenas quando o material concreto for enviado ao órgão.

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