Nunes usa “novela” sobre vice como munição contra chapa Boulos-Marta
Nunes alega necessidade de conversar com partidos para justificar demora em anunciar o Coronel Mello Araújo (PL) como seu vice
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A demora do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), em anunciar quem será o seu vice na disputa à reeleição tem sido explorada como trunfo da pré-campanha emedebista contra a escolha de Marta Suplicy (PT) para compor a chapa do deputado Guilherme Boulos (PSol), seu principal adversário.
Embora o entorno de Nunes já dê como certo, desde a semana passada, que o vice será o Coronel Mello Araújo (PL), nome indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito tem protelado o anúncio oficial argumentando que precisa ouvir os dez partidos que compõem sua coligação em processo “democrático” de escolha.
Nunes se reuniu com Bolsonaro, Tarcísio e o próprio Mello Araújo, na semana passada, e também com caciques do PP nessa segunda-feira (17/6).
“Estamos, verdadeiramente, com essa frente ampla, discutindo com os partidos esse nome indicado para vice. Muito diferente de alguma imposição, existe um diálogo. E a democracia é isso”, declarou ele nessa segunda após reunião com o presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira.
O prefeito tem dito com frequência que não aceitará nenhuma “imposição” à sua pré-candidatura – uma indireta à escolha de Marta para a vice de Boulos.
Nunes sobre Marta
Conforme divulgado pelo Metrópoles, a sugestão de refiliar Marta ao PT para disputar as eleições partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com setores do PT contrários ao retorno dela, que votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2016.
Quando foi procurada por Lula, Marta era secretária de Relações Internacionais da gestão Nunes na Prefeitura. A escolha dela para a vice de Boulos também gerou criticas entre os petistas porque foi feita sem a realização de prévias partidárias.
Dias após Marta deixar sua gestão, em janeiro deste ano, Nunes alfinetou a organização da chapa adversária ao dizer que a escolha de seu vice se daria de forma “diferente”.
“A minha situação é bem diferente do principal adversário aí. Ele tem uma pessoa que define o nome e pronto, acabou. No nosso caso, a gente tem um processo que reúne vários partidos e lideranças importantes”, disse Nunes na ocasião.
O nome de Mello Araújo para a vice será discutido novamente em um jantar com caciques dos dez partidos que integram a coligação de Nunes, na quarta (19/6) ou quinta-feira (20/6) desta semana, no Palácio dos Bandeirantes. A expectativa é que a indicação do coronel bolsonarista seja confirmada durante o encontro.
“A ideia é que cada um possa, nessa reunião à noite, também colocar os seus nomes [para a vice], mas no fim entrar num consenso”, afirmou o prefeito nessa segunda.