Nunes nomeia aliado de Jundiaí e nova gestão já soma 4 ex-prefeitos

São Paulo – O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), confirmou o ex-prefeito de Jundiaí Luiz Fernando Machado (PL) como secretário executivo de Desestatização e Parcerias. Com isso, Nunes passa a ter quatro ex-prefeitos paulistas na sua gestão neste segundo mandato.

Além de Machado (foto em destaque), já haviam sido confirmados no secretariado o ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (Segurança Urbana), o ex-prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi (Verde e Meio Ambiente), e o ex-prefeito de Osasco, Rogério Lins (Esportes).

O ex-prefeito de Jundiaí, cidade do interior paulista, estava presente na reunião do secretariado realizada nesta quinta-feira (2/1) pelo prefeito, já identificado como secretário executivo de Desestatização e Parcerias. O nome dele, no entanto, não foi anunciado por Nunes no início do encontro.

Interlocutores avaliam que a estratégia de colocar ex-prefeitos na gestão pode ser uma tentativa de Nunes de expandir sua influência para além da capital paulista, visando uma possível candidatura ao governo do Estado no futuro, após ser reeleito com mais de três milhões de votos no segundo turno do pleito de 2024.

Ex-vereador e alçado à prefeitura por ser vice de Bruno Covas, morto em 2021, Nunes ainda é visto como um político municipal.

Indicação de Machado gerou atrito no PL

Luiz Fernando Machado foi inicialmente oferecido pelo PL para ser secretário de Verde e Meio Ambiente. A indicação partiu do presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), André do Prado, e do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e gerou insatisfação no diretório do PL municipal e na bancada eleita do partido na Câmara Municipal.

A ala municipal é comandada pelo vereador Isac Felix e pelo deputado federal Antônio Carlos Rodrigues. Eles reinvindicavam o poder de indicar o nome do partido para o secretariado.

Após o racha se tornar público, o PL indicou o ex-prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi, para o Verde e Meio Ambiente, pasta que já era ocupada pela legenda. O partido chegou a pedir a pasta da Educação, mas Nunes manteve Fernando Padula no cargo, nome considerado de seu núcleo pessoal.

O prefeito alega que o PL já possui o espaço adequado com a indicação do vice Coronel Mello Araújo, feita pessoalmente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Membros do PL municipal, no entanto, não consideram Mello um quadro partidário.

Uma reunião entre os diretórios municipal e nacional do PL foi marcada para 6 de janeiro para aparar as arestas. O encontro vai servir também para definir as prioridades do partido para o ano legislativo municipal.

Nesta quarta-feira (1º/1), o vereador Isac Félix foi eleito como 2º vice-presidente da Câmara Municipal, após o PL apoiar o nome de Ricardo Teixeira (União Brasil) para a presidência da Casa. A bancada do PL ameaçava lançar candidatura própria caso o União indicasse Silvão Leite para o posto, como era o desejo do ex-presidente da Câmara e cacique do partido na capital, Milton Leite.