Nunes manda turbinar gastos com zeladoria para reverter críticas
Gestão Nunes aumenta no segundo bimestre a média de gastos com ações de zeladoria para melhorar imagem com o eleitorado
atualizado
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São Paulo — Alvo de críticas por manter os cofres municipais cheios enquanto a cidade exibe cenas de abandono, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), mandou sua equipe turbinar neste bimestre os gastos com ações ligadas à zeladoria, como varrição de ruas e conservação de praças, e assistência social.
A determinação já tem surtido efeito, ao menos no relatório de despesas da Prefeitura de São Paulo. Os gastos subiram 70% em março e abril, na comparação com o primeiro bimestre do ano.
A ordem de Nunes foi dada após um diagnóstico interno da Prefeitura apontar que, mantidos os níveis de despesas públicas de janeiro e fevereiro, a gestão chegaria em dezembro com menos de 30% de execução dos orçamentos de áreas como Assistência Social, Saneamento, Urbanismo e Habitação.
Nos primeiros dois meses do ano, segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda compilados pelo Metrópoles, a Prefeitura havia gastado pouco mais de R$ 1 bilhão (de um orçamento de mais de R$ 19 bilhões) para essas áreas.
Em média, foram R$ 18 milhões por dia. O dado leva em conta apenas os valores já liquidados, apontando serviços que já foram realmente executados.
Para aumentar os índices de execução dos gastos públicos, a Prefeitura negociou com as concessionárias de limpeza urbana e empresas que fazem a varrição um aumento das equipes que atuam nas ruas e do volume de resíduos recolhidos diariamente.
A gestão Nunes também aumentou o número de atendimentos feitos pelas equipes de assistência social e o patrulhamento feito pela Guarda Civil Metropolitana (GCM).
Como resultado dessas ações, em março e em abril — até esta segunda-feira (24/4) —, essa média diária subiu para R$ 31,3 milhões (ou R$ 1,6 bilhão nos dois meses), chegando a um total de R$ 2,7 bilhões de execução, de janeiro até agora.
O cálculo inclui os chamados gastos de custeio, aqueles que a Prefeitura tem de fazer diariamente, e também investimentos nessas áreas.
A média de gastos com essas atividades deve crescer ainda mais. Nesta segunda-feira (24/4) o prefeito anunciou que chamará mil GCMs para reforçar o patrulhamento da cidade, especialmente na região central, e a contratação de outros 500 guardas já aprovados em concursos públicos.
O centro paulistano é a região onde os sinais de abandono são mais visíveis, por causa da sujeira, da insegurança, do aumento da população em situação de rua e da dispersão dos uusuários de drogas da Cracolândia em várias situações de uso a céu aberto.
Nunes escalou o secretário de Governo, Edson Aparecido, para a missão de desatar os nós que seguravam a máquina pública.
Além de reuniões diárias com as demais secretarias do governo, Aparecido é o principal encarregado de garantir a interlocução com outros órgãos que costumam travar investimentos da Prefeitura, como o Tribunal de Contas do Município (TCM), que mantém suspensas algumas obras tidas como estratégicas para a gestão Nunes, como os corredores de ônibus da zona leste.
Os dados do segundo bimestre, que ainda não está fechado, já deram ânimo a alguns dos aliados mais próximos do prefeito. Com a fila de espera por vagas em creches já zerada e sem gargalos mais críticos na área da saúde, que saiu da pandemia com mais leitos de internação e dois novos hospitais, a avaliação dos aliados do prefeito é que as demandas sociais já não seriam impeditivo para que a avaliação do prefeito melhorasse.
Agora, a expectativa é que, gastando mais, a população possa ter a percepção de que os serviços de zeladoria melhoraram, o que garantiria ao prefeito se provar politicamente viável aos partidos com os quais tem buscado aliança para a campanha de reeleição em 2024.