Nunes estuda “contribuição” sobre carros para bancar tarifa zero nos ônibus
Prefeito Ricardo Nunes afirmou, nesta terça-feira (22/8), que contribuição sobre carros é uma das alternativas para viabilizar tarifa zero
atualizado
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São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), disse, nesta terça-feira (22/8), que estuda implementar uma “contribuição” sobre carros para bancar o projeto de tarifa zero — para gratuidade nas passagens de ônibus — no transporte público paulistano.
Em entrevista à Rádio CBN, Nunes afirmou que essa é uma das “alternativas” que estão sendo cogitadas pela prefeitura para viabilizar um projeto que é cobrado há anos por movimentos sociais e que virou uma aposta eleitoral de aliados do prefeito.
“A questão, por exemplo, de quem usa o carro. De repente, fazer alguma contribuição pequena para poder incentivar o transporte coletivo. E até isso vai ser ‘beneficiário’, porque diminui o trânsito e a gente vai ter um ganho do contexto geral. Ou seja, algumas alternativas estão sendo pensadas”, disse o prefeito.
Nunes afirmou que o custo do transporte público municipal ficou em R$ 10 bilhões no último ano. Metade deste valor foi custeado com a receita tarifária, de quem paga passagem, e a outra parte foi subsidiada pela administração municipal.
Para zerar o preço da passagem, segundo o prefeito, seria necessário encontrar novas formas de arrecadação para substituir o que é custeado pela tarifa. Uma delas seria alterar a legislação atual e utilizar o dinheiro do vale-transporte, R$ 2,8 bilhões, para custear a gratuidade.
Ainda assim, seriam necessários mais R$ 2,2 bilhões para fechar a conta dos R$ 10 bilhões, montante que poderia ser financiado com o que ele chamou de “contribuição dos veículos”.
“Tem várias possibilidades como, por exemplo, ter uma contribuição do governo federal, uma contribuição do governo do estado, [e] ter alguma contribuição dos veículos que circulam na cidade”, afirmou Nunes.
Questionado durante a entrevista se a contribuição seria uma espécie de imposto, o prefeito desconversou.
“Uma espécie de… Nada de pedágio, longe disso, mas talvez uma, uma… Ou seja, tem muitas possibilidades sendo estudadas para ser colocado para a sociedade e a gente poder chegar a um denominador comum. O que é importante? Que a gente tenha o transporte coletivo como algo principal no sistema de mobilidade da cidade e não se faz isso sem investimento, sem recurso”, disse o político.
O Metrópoles enviou um e-mail para a assessoria da prefeitura solicitando detalhes sobre a contribuição em estudo, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.