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Nunes está “decepcionadíssimo” com “traição” de Marta, dizem aliados

Prefeito Ricardo Nunes se recusou a acreditar que Marta Suplicy deixaria sua equipe para disputar eleição contra ele ao lado de Boulos

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Ricardo Nunes e Marta Suplicy - Metrópoles
1 de 1 Ricardo Nunes e Marta Suplicy - Metrópoles - Foto: Divulgação/Prefeitura

São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), está “decepcionadíssimo” com Marta Suplicy por causa da decisão dela de aceitar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para voltar ao PT e ser vice do deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na eleição deste ano, fato considerado uma “traição” pelo emedebista.

A reação do prefeito foi descrita ao Metrópoles por aliados próximos ao emedebista nessa terça-feira (9/1), quando Nunes e Marta se reuniram no gabinete dele na Prefeitura para acertar a saída dela da Secretaria de Relações Internacionais, em comum acordo, segundo as notas divulgadas por ambos após o encontro.

A saída de Marta, de acordo com esses auxiliares, incomodou muito o prefeito por conta da forma como o processo foi conduzido pela agora ex-secretária, sem comunicá-lo sobre a intenção de deixar o cargo para se aliar a seu principal adversário na eleição de outubro.

Nunes e Marta não conversaram em nenhum momento a respeito e o prefeito ficou sabendo de toda articulação pela imprensa, inclusive do encontro da ex-prefeita com Lula em Brasília, na última segunda-feira (8/1).

Metrópoles revelou, em 7 de dezembro, a intenção de Lula em convidar Marta para voltar ao PT e disputar a eleição ao lado de Boulos. Na ocasião, Nunes disse que não acreditava nessa possibilidade..

Depois, diante de novas notícias confirmando o avanço da articulação, o prefeito achou melhor não fazer movimentos e aguardar que ela o procurasse, esperando uma lealdade de sua então auxiliar na Prefeitura, segundo integrantes da equipe do emedebista.

Após a negociação com Lula ganhar ampla repercussão, Marta avisou que sairia de férias por um mês, entre dezembro e janeiro, e deixou de dar expediente no 11º andar da Prefeitura, seis andares acima do gabinete de Nunes, sem falar diretamente com ele.

No dia 16/12, quando Lula estava em São Paulo e a imprensa noticiava que Marta se encontraria com o presidente, o chefe de gabinete do prefeito recebeu um telefonema de um integrante da equipe da então secretária dizendo que, de fato, ela e o petista teriam um encontro na capital.

Lula estava em São Paulo para anunciar obras do programa Minha Casa Minha Vida que beneficiam o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), grupo que projetou Guilherme Boulos e do qual ele foi coordenador nacional até se eleger deputado federal.

Mas o encontro acabou não ocorrendo e Nunes, segundo aliados, manteve a esperança de que Marta não só o procuraria diretamente para explicar toda a especulação como também descartaria a possibilidade de integrar a aliança de seu principal adversário.

Neste período, outros aliados de Nunes passaram a lembrar, em conversas reservadas, que Marta já havia feito fortes críticas a Guilherme Boulos e que os ataques que ela sofreu de petistas quando deixou o partido inviabilizariam qualquer possibilidade de retorno dela à legenda para um projeto eleitoral com o rival.

Marta foi filiada ao PT por mais de 30 anos, mas saiu da sigla em 2015, em meio aos casos de corrupção expostos pela Operação Lava Jato. No mesmo ano ela se filiou ao MDB, partido de Nunes, e votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Roussefff, o que irritou os petistas.

Porém, depois que Lula deixou a prisão em Curitiba, em 2019, ela se reaproximou do presidente — a quem sempre admirou — e atuou pela costura que resultou na indicação de Geraldo Alckmin (PSB) para ser vice da chapa do presidente, nas eleições de 2022.

Paralelamente a isso, na Prefeitura, Marta ocupava uma posição de conselheira de Nunes, participando de reuniões estratégicas do conselho político do prefeito.

Ruptura

Marta chegou na Prefeitura em janeiro de 2021, após fazer campanha, no ano anterior, ao ex-prefeito Bruno Covas, de quem Nunes era vice — na ocasião, a chapa Covas-Nunes derrotou Guilherme Boulos no segundo turno.

Na dia da eleição em 2020, Marta foi votar ao lado de Bruno Covas em São Paulo. Após a morte do tucano, em maio de 2021, ela permaneceu na gestão.

Nunes ressaltava, em conversas reservadas, o respeito que tinha pela então aliada e o fato de que a ex-prefeito havia se tornado amiga de sua mulher.

Na tarde da última segunda-feira (8/1), após saber pela imprensa que Marta estava reunida com Lula em Brasília enquanto ainda repetia a jornalistas que confiava na secretária, o prefeito sentiu o golpe e passou a verbalizar as palavras “traição” e “decepção” aos aliados mais próximos.

Seus auxiliares, porém, já preparam uma resposta com ataques ferozes à Marta, no mesmo nível das críticas que Nunes já vem fazendo a Boulos — o prefeito, contudo, não deve se expor no enfrentamento com a ex-secretária.

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