Nunes e Boulos se atacam por segurança e concessões no último debate
Ricardo Nunes e Guilherme Boulos participam de debate promovido pela Rede Globo há dois dias das eleições municipais
atualizado
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São Paulo — O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), candidatos à Prefeitura da capital, iniciaram o último debate eleitoral, nesta sexta-feira (25/10), na TV Globo, com um embate marcado por críticas mútuas sobre temas como segurança pública e a privatização dos cemitérios.
Pelas regras do programa, mediado pelo jornalista César Tralli, Nunes foi o primeiro a fazer perguntas e começou abordando a questão da segurança pública. Ele destacou números de sua gestão, como a instalação de câmeras de segurança nas ruas e a contratação de guardas civis, e questionou por que Boulos não votou em um projeto de lei de autoria do deputado Kim Kataguiri (União) que aumentava as penas para criminosos.
Boulos respondeu rapidamente, dizendo que, no dia dessa votação, “estava no Palácio do Planalto com o presidente Lula”. Aproveitou, no entanto, o tempo para se apresentar ao eleitor e redirecionar a conversa para outro tema: as privatizações.
O deputado afirmou que Nunes “deixa as pessoas para trás, faz um governo sem pulso, sem energia” e usou essa “falta de pulso” para criticar a crise envolvendo a Enel, uma concessionária privada, além de citar a privatização da Sabesp, apoiada por Nunes. “A Sabesp pode virar a Enel da água”, disse o deputado. Em seguida, mencionou a concessão dos cemitérios municipais, outro serviço repassado à iniciativa privada, e perguntou: “Você sabe quanto custa fazer uma oração em um cemitério?”.
O prefeito não deu um número como resposta, preferindo voltar ao tema da pergunta original sobre o projeto de lei que aumentava as penas para criminosos, e questionou o espectador: “Onde já se viu um deputado não votar um projeto porque não estava na sessão?”
Nunes, mantendo seu tempo de fala, defendeu a concessão dos cemitérios realizada em sua gestão, ressaltando que, antes dela, havia casos de corrupção no serviço. “É assim que governo, um governo liberal. Todo mundo que está no CadÚnico [cadastro para pessoas em vulnerabilidade social] tem desconto de 25% no preço de tabela”, afirmou Nunes. Ele também defendeu a privatização da Sabesp e do Parque do Ibirapuera.
O prefeito, por sua vez, voltou a questionar Boulos sobre suas posições relacionadas à segurança: “Por que você defendia a liberação das drogas?” Boulos respondeu afirmando que defende que usuários e traficantes recebam tratamentos diferentes.
O debate na TV Globo foi o terceiro e último confronto direto entre Nunes e Boulos no segundo turno da eleição para a Prefeitura da capital, que ocorre no domingo (27/10).
Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (24/10), Nunes aparece com 49% das intenções de voto, contra 35% de Boulos.