Nunes e Boulos retomam ataques em novo tom após baixaria do 1º turno
Nunes e Boulos preparam ataques para o 2º turno em SP evitando baixarias, mas focados em críticas mútuas para diminuir tamanho do adversário
atualizado
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São Paulo — Embora tanto Ricardo Nunes (MDB) quanto Guilherme Boulos (PSOL) tenham condenado o nível agressivo do 1º turno das eleições da capital neste ano, que resultou em agressões físicas em dois debates, ambas as candidaturas preparam munição para um 2º turno eleitoral que também deve ser marcado por ataques mútuos, desta vez, dentro de um nível maior de civilidade.
As candidaturas pretendem evitar ataques pessoais de baixo nível, como os proferidos por Pablo Marçal (PRTB) na primeira etapa da disputa, em que ele inventou apelidos e acusações falsas sobre ambos os adversários. As duas campanhas avaliam que esta forma de agir acaba tendo um contragolpe, que é o aumento da rejeição ao agressor.
No entanto, cada lado traça críticas contra o outro como forma de diminuí-lo perante o eleitorado e tentar reduzir a votação do oponente, mas sem se contaminar.
A estratégia já foi colocada em prática neste início da etapa final. Nessa terça-feira (8/10), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) determinou que o Instagram e o TikTok apaguem postagens de Boulos nas quais que ele menciona o boletim de ocorrência registrado pela esposa de Nunes, Regina, em 2011, relatando ameaça. A natureza do registro é de “violência doméstica”.
Boulos argumentou à Justiça que trazer o caso à tona é de interesse público, uma vez que a cidade precisa conhecer os candidatos. Ele tem repetido que busca apresentar aos eleitores uma “comparação de biografias”.
A equipe do deputado também prepara outros ataques. Um deles envolve o caso em que Nunes foi detido e indiciado por porte ilegal de arma de fogo, ocorrido na porta de uma balada quando ele tinha 28 anos; também há a investigação da qual é alvo pela Polícia Federal por ter recebido pagamentos da máfia das creches, além dos contratos para obras sem licitação assinados por seu compadre.
Do lado de Nunes, o prefeito pretende focar na personalidade e no passado de Boulos, buscando colar no eleitor a imagem de que o rival é um radical, que no passado não respeitou a legislação ao organizar invasões de propriedades e sem experiência administrativa suficiente para comandar uma cidade tão complexa.
O prefeito já está explorando, nos discursos feitos até aqui, dicotomias como experiência e inexperiência, ordem e desordem, além de equilíbrio e extremismo, para diferenciar-se do adversário.