Nunes e Boulos já trocam ataques para negociar agenda de debates
Campanhas de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos trocam ofensas enquanto não se entendem sobre número de debates no segundo turno
atualizado
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São Paulo — Antes mesmo de se encontrarem para os debates eleitorais de segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Paulo, as campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) já trocam ataques mútuos apenas para definir a organização desses eventos. Na manhã desta terça-feira (8/10), ambas as equipes de campanha divulgaram notas com acusações aos adversários.
A divergência está no número de debates que cada candidato deseja. Ao todo, 12 veículos organizam os encontros.
A campanha de Nunes considera o número inviável e quer reduzir o total de debates a três, de forma que os diferentes veículos de comunicação precisariam se consorciar para realizá-los. A campanha de Boulos também acha 12 um número alto demais, considerando que eles teriam de ocorrer em um intervalo de 15 dias, mas admite a realização de nove.
“Desde ontem, 8 dos 12 veículos que fizeram o pedido de realização de debates têm conversado sobre a formação de um pool”, disse a campanha de Nunes, em uma nota divulgada à imprensa no fim da manhã. “O pedido de três eventos está no limite máximo histórico de debates realizados em segundo turno na história da cidade de São Paulo. Nunca houve mais do que isso”, complementou.
Referindo-se a Boulos sem citar seu nome, a nota da equipe de Nunes lembrou que, nas eleições passadas, o deputado disse que era “impossível atender às solicitações de sabatinas, entrevistas individuais, demandas de mídia e às ações diárias do período eleitoral”.
“Esperamos que Guilherme Boulos — que já desdisse sobre Venezuela, legalização de drogas e desmilitarização das polícias — não mude de opinião também sobre esse assunto”, finalizou a nota, com um ataque à campanha rival.
Reação de Boulos
A equipe de Boulos reagiu à nota de Nunes no começo da tarde: “A campanha de Ricardo Nunes aposta na desinformação e distorção de fatos para encobrir o seu real objetivo de fugir dos debates e da comparação de ideias e propostas”, disse a equipe do psolista, também por meio de nota.
“Ao relembrar a nossa posição em 2020, Nunes ignora e distorce dois aspectos daquele contexto: estávamos no meio da pandemia, com forte restrição à aglomeração de pessoas, e o intervalo entre o primeiro e o segundo turnos daquela eleição foi de apenas duas semanas”.
A nota de Boulos questiona os motivos que levaram à tentativa de “fuga” de Nunes e defende que os debates trarão mais transparência aos eleitores. “Ricardo Nunes deve respostas à cidade de São Paulo e ao seu eleitor – esclarecimentos que, infelizmente, não foram dados durante um primeiro turno pautado pela truculência e mentiras”.