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Nunes e Boulos escalam ataques e disputam biografias em debate tenso

Ricardo Nunes e Guilherme Boulos se enfrentaram neste sábado (19/10) no segundo debate do 2º turno da eleição à Prefeitura de SP

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Montagem com fotos de Antonio Chahestian/Divulgação Record
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1 de 1 Montagem mostra Ricardo Nunes e Guilherme Boulos em debate - Metrópoles - Foto: Montagem com fotos de Antonio Chahestian/Divulgação Record

São Paulo – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) travaram uma disputa de biografias na noite deste sábado (19/10), no segundo debate entre os dois neste 2º turno da eleição à Prefeitura da capital. O encontro foi marcado por ataques pessoais e discussões tensas sobre o apagão da semana passada e questões de segurança pública na cidade.

Nunes atacou Boulos por “inexperiência” e “extremismo”, enquanto o candidato do PSol citou as investigações sobre contratos feitos pela gestão do prefeito, como a chamada máfia das creches, e desafiou novamente o emedebista a abrir mão do seu sigilo bancário.

Na comparação de biografias, Nunes resgatou as prisões de Boulos em processos de reintegração de posse quando liderava o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Já o psolista mencionou a detenção de Nunes, em 1996, por ter dado tiros para cima na porta de uma balada, caso revelado pelo Metrópoles em fevereiro deste ano. Nunes negou ter atirado na ocasião.

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Ricardo Nunes e Guilherme Boulos no estúdio para o debate TV Record/Estadão
Ricardo Nunes (MDB)
Guilherme Boulos (PSol)
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Nunes e Boulos em debate

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Ricardo Nunes e Guilherme Boulos no estúdio para o debate TV Record/Estadão

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Assim como no debate da TV Bandeirantes, mas de forma mais incisiva, Boulos questionou novamente a Nunes se o prefeito aceitaria abrir seu sigilo bancário e o atacou pelas investigações sobre a máfia das creches. Embora o prefeito não tenha sido indiciado, a Polícia Federal apura se ele teve algum envolvimento no esquema que teria desviado R$ 1,5 bilhão do ensino infantil público.

Nunes chamou as acusações de Boulos de “cortinas de fumaça” e disse que a máfia das creches é “assunto resolvido”. O psolista retrucou: “Nunes falar de corrupção é tipo o casal Nardoni falar de cuidar dos filhos”. O prefeito lamentou a comparação e disse “se solidarizar” com Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni e eleita vereadora nestas eleições pela coligação do prefeito.

Boulos também voltou a relacionar Nunes ao PCC e à corrupção: “Quando tem focinho de rato, rabo de rato, cara de rato, não é ursinho carinhoso. É rato”, disse o psolista.

Apagão e batida de carro

Nunes alfinetou Boulos dizendo que o deputado já defendeu o fim da Polícia Militar e a descriminalização das drogas. Em resposta, o psolista o acusou de mentir e mudou de assunto para criticá-lo pela atuação da Prefeitura em relação ao apagão da semana passada.

Ainda nos ataques a Nunes pela atuação de sua gestão diante das chuvas, Boulos disse ser de responsabilidade da Prefeitura a poda das árvores próximas de fiações elétricas.

O prefeito respondeu que o psolista “como deputado federal não fez nada” para auxiliar a cidade a encerrar o contrato com a Enel, concessionária de energia elétrica, e também criticou Boulos pelo fato de um integrante do PSol ligado à campanha ter chamado de “santo apagão” o blecaute que tomou a cidade na semana passada, o que teria reduzido a diferença entre Nunes e o psolista nas pesquisas internas. O caso foi revelado pelo Metrópoles nessa quarta (16/10) e foi chamado por Boulos de “fake news”.

Outro caso explorado ao longo do debate foi trazido por Nunes ainda no primeiro bloco, ao dizer que Boulos teria se envolvido em um acidente de trânsito em 2017 e dado um calote no condutor do outro veículo, o que teria levado o pai do psolista a arcar com o conserto.

“Sabe quem pagou a conta? O papai. Ele, com 35 anos, um marmanjo — um marmanjo com 35 anos — não atendia o telefone, deu calote no cara em que ele bateu o carro. O papai que pagou a conta”, afirmou o prefeito. “Não dá pra ser prefeito. Tem que ter experiência e equilíbrio”, disse Nunes.

O deputado disse que estava “perplexo com mais uma das mentiras” do prefeito e, no segundo bloco, diante de uma das citações de Nunes sobre o caso, disse “bati o carro, mas nunca bati em mulher”, em referência ao boletim de ocorrência por ameaça feito pela primeira-dama, Regina Nunes, em 2011, contra o prefeito.

Privatização da Sabesp

Questionado sobre a diferença entre as privatizações da Eletropaulo e da Sabesp, já que Nunes tem criticado a atuação da Enel, concessionária de energia elétrica, mas defendeu a desestatização da companhia de saneamento básico.

O prefeito disse que o contrato com a Sabesp privatizada prevê R$ 68 bilhões de investimento em um prazo de cinco anos e que isso oferecerá “um grande ganho para a cidade de São Paulo”.

“Existem prazos para que haja os investimentos”, disse Nunes. “A cidade de São Paulo não está numa ilha, está na região metropolitana. Ali também terá universalização, tudo até 2029, em 5 anos”, acrescentou o prefeito.

Boulos disse que “esse mesmo discurso foi feito pelos aliados dele [Nunes] quando privatizaram a Eletropaulo, que hoje é a Enel”. A Eletropaulo foi privatizada em 1998.

“A Sabesp pode virar a Enel da água pela coisa absurda e irresponsável que foi. Depois, quando der problema, [Nunes] vai vestir o coletinho [da Defesa Civil]. Aliás, só em tempo de eleição, porque no ano passado quando deu problema ele foi para o camarote da Fórmula 1”, disse o deputado.

O debate

O debate TV Record/Estadão foi o segundo confronto direto entre Nunes e Boulos do segundo turno destas eleições. O primeiro ocorreu na última segunda-feira (14/10), organizado pela Rede Bandeirantes.

Boulos participou ainda de duas sabatinas, uma na rádio CBN e outra na RedeTV! que haviam sido organizadas como debate, mas aos quais Nunes não compareceu.

Na última pesquisa Datafolha sobre as eleições na capital paulista, divulgada na quinta-feira (17/10), Nunes apareceu com 51% das intenções de voto, contra 33% para Boulos.

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