Nunes critica Boulos e diz que eleitor de SP rejeita “amigo do Hamas”
Ricardo Nunes pregou união entre o centro e a direita contra a “extrema esquerda” de Boulos e disse esperar contar com o apoio de Bolsonaro
atualizado
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São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), criticou o deputado federal Guilherme Boulos (PSol-SP), seu adversário na disputa à Prefeitura de São Paulo no ano que vem, ao dizer que o eleitor paulistano rejeita extremos e quer saber se “vai ter prefeito que é amigo da turma do Hamas”.
A fala ocorreu em entrevista à rádio Eldorado, nesta segunda-feira (23/10), e foi uma referência ao fato de Boulos não ter condenado nominalmente o Hamas, em um primeiro momento, pelo ataque a civis em Israel que deflagrou a guerra no Oriente Médio, há duas semanas.
A posição de Boulos levou o infectologista Jean Gorinchteyn, que foi secretário da Saúde na gestão do ex-governador João Doria (ex-PSDB), a deixar a equipe que coordena o plano de governo do psolista. Após a repercussão, Boulos ajustou o discurso e disse o Hamas “não representa o conjunto do povo palestino” e que se solidariza com as famílias das vítimas, tanto israelenses quanto palestinas.
“O histórico da cidade demonstra que o eleitor quer saber como é que está a cidade dele, se vai ter prefeito que é amigo da turma do Hamas, se vai ter prefeito que é adepto de invasão, de não atender a legislação”, disse Nunes.
Na mesma frase, Nunes também fez referência ao fato de Boulos ter sido líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Conforme divulgado pelo Metrópoles, o prefeito paulistano tem tentado vincular a Boulos a imagem de radical da “extrema esquerda”.
“O que a cidade de São Paulo não aceita e é o que demonstra o histórico, é que ela não tem tendência para extremos. Extrema direita, extrema esquerda”, afirmou Nunes na entrevista.
Nunes mira apoio de Bolsonaro
Nunes também acrescentou que gostaria de receber o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — considerado de extrema direita por opositores —, a quem tem cortejado, “porque a gente tem que fazer uma ação aqui de união do centro e da direita”.
“Acho importante ter o apoio do presidente Bolsonaro, da direita, a união do centro e da direita para a gente vencer a extrema esquerda”, disse.
O prefeito negou que a capital paulista tenha uma tendência mais à esquerda e afirmou que, no primeiro turno das eleições para o governo estadual em 2022, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Rodrigo Garcia (PSDB) somaram mais votos do que Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
No entanto, o petista, que é o atual ministro da Fazenda, recebeu 3,5 milhões de votos no segundo turno na capital, enquanto Tarcísio e Garcia, juntos, somaram 3,2 milhões de votos no primeiro turno.