Nunes compara caso das joias de Bolsonaro ao da importunação a baleia
Prefeito Ricardo Nunes participou de evento da Revolução de 1932 nesta 3ª feira e mencionou outros processos dos quais Bolsonaro se livrou
atualizado
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São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), comparou o caso das joias de Jair Bolsonaro (PL), no qual ele foi indiciado pela Polícia Federal (PF), ao da importunação a uma baleia jubarte, em que o ex-presidente se livrou do inquérito após prestar depoimento.
Nunes participou, na manhã desta terça-feira (9/7), do evento de celebração da Revolução de 1932, realizado no Parque Ibirapuera, zona sul paulistana. Após o desfile, o prefeito foi questionado pelo Metrópoles se acredita na inocência de Bolsonaro, que é seu aliado político e indicou o vice na chapa do emedebista, no caso das joias.
“Teve o caso da baleia, que teve indiciamento, [Bolsonaro] foi ouvido pela Polícia Federal, e depois disse que não importunou a baleia. Teve o caso dos móveis, que [ele] sumiu com os móveis, e depois os móveis estavam guardados lá. Teve o caso da embaixada, que teria algo errado, ilegal, e depois descobriu que não era ilegal. Tem que ter muita tranquilidade e comemorar que nós somos um país da democracia. A democracia prevê que a gente respeite os processos legais”, disse Nunes.
Bolsonaro foi ouvido no inquérito que apurou uma suposta importunação de uma baleia jubarte durante um passeio de moto aquática em São Sebastião, no litoral paulista, em junho do ano passado. Contudo, a PF não o indiciou, como indicou o prefeito.
Nunes acompanhou a cerimônia ao lado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, e do presidente da Assembleia Legislativa (Alesp), André do Prado (PL).
Caso das joias
O relatório da PF sobre a investigação da venda ilegal de joias recebidas como presente pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro indica desvios milionários e mentiras do clã Bolsonaro. O documento teve o sigilo retirado na segunda-feira (8/7) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso.
As diligências da PF apontam que teria havido a movimentação de R$ 6,8 milhões (US$ 1,2 milhão) com a venda ilícita de bens. O entendimento dos investigadores é que houve “enriquecimento inadmissível” pelo então presidente da República. O documento indicia Bolsonaro e mais 11 pessoas. O registro oficial da apuração foi entregue ao STF fisicamente na sexta-feira (5/7).