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Nunes chega como favorito à reeleição em SP. Boulos busca fato inédito

Pesquisas apontam favoritismo do prefeito Ricardo Nunes sobre o deputado Guilherme Boulos na eleição deste domingo à Prefeitura de SP

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Montagem mostra Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) - Metrópoles
1 de 1 Montagem mostra Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSol) - Metrópoles - Foto: Arte Metrópoles

São Paulo – Após 72 dias de uma campanha acirrada, marcada por intensa troca de acusações, ofensas pessoais e episódios de agressão física, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) chega ao dia da votação do segundo turno, neste domingo (27/10), com amplo favoritismo para derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) na disputa pela Prefeitura da capital e se tornar o terceiro chefe do Executivo paulistano a conseguir se reeleger na história da cidade.

As duas pesquisas de intenção de voto divulgadas nesse sábado (26/10) – Datafolha e Quaest – indicam que o emedebista deve repetir os triunfos dos ex-prefeitos Gilberto Kassab (PSD), em 2008, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, a quem sucedeu depois da morte do tucano. No cenário mais apertado medido pelos institutos na véspera da eleição, Nunes aparece com uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre Boulos – 55% a 45%, na Quaest.

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Marina Silva, Luiza Erundina, Guilherme Boulos, Lula e Marta Suplicy na Av. Paulista no sábado (5/10)
Ricardo Nunes em campanha
O candidato à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do primeiro turno das eleições de São Paulo, no Edifício Joelma, região central da cidade de São Paulo
Guilherme Boulos
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Atual prefeito da capital também recebeu R$ 44,2 milhões

Ettore Chiereguini / Especial Metrópoles
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Marina Silva, Luiza Erundina, Guilherme Boulos, Lula e Marta Suplicy na Av. Paulista no sábado (5/10)

Leandro Paiva/Campanha Boulos
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Ricardo Nunes em campanha

Campanha Ricardo Nunes/Divulgação
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Leandro Paiva/Divulgação Boulos
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O candidato à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do primeiro turno das eleições de São Paulo, no Edifício Joelma, região central da cidade de São Paulo

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Guilherme Boulos

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Ricardo Nunes (MDB) recebeu doação de família de empreiteiros

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Boulos discursa em ato de campanha

Leandro Paiva/Divulgação

Os números mostram que para vencer neste domingo – em 2020, Boulos perdeu para Covas no segundo turno –, o deputado do PSol terá de buscar um fato inédito na política paulistana. Desde 1992, quando a eleição municipal passou a ser decidida em dois turnos, nenhum candidato que saiu atrás nas pesquisas do segundo turno conseguiu virar o jogo a tempo da votação como tentou o psolista até as últimas horas desse sábado.

Em 2012, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), elegeu-se prefeito derrotando José Serra (PSDB) após ficar em segundo lugar no primeiro turno – 30,7% a 28,9%. Naquela disputa, contudo, o petista iniciou o segundo turno com uma vantagem de 10 pontos sobre o tucano nas pesquisas. Nesta eleição, Boulos largou a fase final da campanha com 22 pontos de desvantagem para Nunes, segundo o Datafolha do dia 10 de outubro.

Em um duelo mais civilizado do que foi o primeiro turno, que ficou marcado pela cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) e pelo soco dado pelo videomaker do influencer no marqueteiro de Nunes, ambos em debates na TV, Boulos tentou de tudo para diminuir a diferença para o prefeito. Explorou o apagão que deixou milhares de paulistanos sem luz no início do mês, fez caravana pela cidade dormindo na casa de apoiadores na última semana e até participou de uma live com Marçal na sexta-feira (25/10).

Em três semanas, o candidato do PSol conseguiu reduzir um pouco a vantagem de Nunes, mas esbarrou no alto índice de rejeição que o impediu de se tornar uma ameaça real à reeleição do prefeito na votação deste domingo, quando mais de 9,3 milhões de eleitores estão aptos a escolher quem querem à frente da maior cidade do país pelos próximos quatro anos, comandando um orçamento que ultrapassa os R$ 120 bilhões — as sessões eleitorais abrem às 8h e fecham às 17h.

A disputa final

Desde a pré-campanha, no primeiro semestre, Nunes se apresentou como um nome moderado, oferecendo um “caminho seguro” de continuidade, como explorou na propaganda, baseado em parcerias com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que apresenta boa avaliação e se revelou um forte cabo eleitoral. Apesar do apoio de Jair Bolsonaro (PL), que indicou seu vice, o Coronel Mello Araújo (PL), o prefeito preferiu manter o ex-presidente distante – ambos fizeram uma única agenda conjunta em 72 dias – para não ser afetado pela rejeição dele na capital.

Afastar-se de Bolsonaro era imprescindível para Nunes manter de pé a estratégia de colar em Boulos o rótulo de “radical” e “extremista”, explorando a atuação do adversário à frente do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) como “invasor de propriedades”, associando o psolista a episódios de vandalismo e apontando sua falta de experiência em gestão pública. Como as pesquisas já mostravam uma vantagem de Nunes sobre Boulos no segundo turno, a campanha do prefeito encarava a disputa com Marçal pelos eleitores de direita no primeiro turno como o grande desafio do emedebista nesta eleição.

Já Boulos se apresentou como o candidato da mudança, que buscou experiências externas para resolver problemas crônicos da capital e, com o apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), prometeu soluções para áreas como a saúde e transporte. Foi o presidente, seu maior cabo eleitoral, quem articulou para que a ex-prefeita petista Marta Suplicy deixasse a gestão Nunes para ser vice de Boulos e agregar experiência à chapa do candidato do PSol.

Na campanha de Boulos, Nunes foi apresentado como um “prefeito limitado”, refém de interesses de diversos aliados e ligado a suspeitas de corrupção, como no caso da “máfia das creches”. Apesar do esforço, o candidato do PSol não conseguiu vincular Nunes ao bolsonarismo e também teve dificuldades para atrair eleitores que apoiam o presidente Lula, cujas ausências em atos de rua do psolista foram sentidas, como nesse sábado, quando Boulos fez caminhadas pela região central e na zona sul.

Boulos tentou manter o clima de esperança na virada até o último dia e pediu que seus eleitores não desistissem de buscar votos. Durante caminhada em Heliópolis, uma moradora que liderava o cortejo insistiu para que vizinhos e comerciantes votassem em Boulos. Ao passar por uma lanchonete com adesivos de Nunes, ela reclamou: “O dono ali votou no PT a vida toda. Como pode? A gente tem que mudar isso aqui”.

Na última semana, o candidato do PSol intensificou sua presença nas ruas com a caravana. Em pontos estratégicos de cada região, promoveu debates com a população, com um púlpito separado para perguntas dos eleitores e outro, simbolicamente vazio, com o nome de Nunes. Além disso, retomou a imagem de “Boulos raiz”, adotando um tom mais enérgico que o do primeiro turno e semelhante ao da eleição de 2020. Internamente, sua trajetória no segundo turno é vista como motivo para que ele encerre a campanha de cabeça erguida.

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Guilherme Bpulos votou acompanhado da esposa e das filhas
Candidato Guilherme Boulos (PSol) levou a família ao local de votação
Psolista tem campanha milionária
Boulos e sua vice, Marta Suplicy
Boulos (PSol) acompanhou a votação de sua vice, Marta Suplicy (PT), na zona oeste de SP
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Agora, Beatriz doou R$ para Boulos

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Guilherme Bpulos votou acompanhado da esposa e das filhas

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Candidato Guilherme Boulos (PSol) levou a família ao local de votação

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Psolista tem campanha milionária

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Boulos e sua vice, Marta Suplicy

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Boulos (PSol) acompanhou a votação de sua vice, Marta Suplicy (PT), na zona oeste de SP

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Guilherme Boulos em campanha com Marta Suplicy, sua vice

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Guilherme Boulos (PSol) após votar no 1º turno

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Boulos faz selfie com apoiadores no dia da eleição

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Já o prefeito Ricardo Nunes se empenhou no último dia de campanha para conter o clima de “já ganhou” e incentivar que seus eleitores comparecessem às urnas neste domingo em vez de viajar. Segunda-feira (28/10), Dia do Funcionário Público, é ponto facultativo na cidade, o que poderia fazer parte do eleitorado aproveitar o feriado prolongado longe da capital.

O prefeito teve quatro agendas públicas, incluindo uma carreata na zona leste e uma caminhada em Heliópolis, na zona sul. Em todos esses eventos, seu discurso focou em pedir a presença dos eleitores nas urnas. Já no fim da tarde, o emedebista foi a uma missa no Grajaú, mas não discursou porque a legislação eleitoral proíbe campanha em espaços religiosos. Mesmo assim, o padre da igreja pediu votos “no 15” – número de Nunes – por três vezes e o prefeito encerrou o dia dizendo estar “confiante na vitória”.

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul
Tarcísio de Freitas faz coletiva ao lado de Ricardo Nunes após votação do 1º turno
O candidato à prefeitura Ricardo Nunes (MDB) vota em sua seção eleitoral na zona 246
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Nunes vota em São Paulo

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Candidato à reeleição, Ricardo Nunes vota na zona sul

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Tarcísio de Freitas faz coletiva ao lado de Ricardo Nunes após votação do 1º turno

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O candidato à prefeitura Ricardo Nunes (MDB) vota em sua seção eleitoral na zona 246

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Ricardo Nunes (MDB) recebeu doação de família de empreiteiros

Ettore Chiereguini / Especial Metrópoles

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