Nunes ataca Marçal com projeto de rival na África: “Só fez 26 casas”
Candidato à reeleição, Ricardo Nunes disse que Pablo Marçal arrecadou R$ 4,5 milhões e não conseguiu cumprir promessa de 300 casas na Angola
atualizado
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São Paulo — O prefeito da capital e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), disse que o adversário Pablo Marçal (PRTB) foi incapaz de construir as casas que prometeu na vila de Camizungo, na Angola, e que, por isso, não seria capaz de “colocar algo de concreto” na capital paulista.
A declaração, dada durante o debate da TV Globo na noite desta quinta-feira (3/10), faz referência a reportagens sobre o projeto social propagandeado por Marçal no continente africano.
Marçal contribui com o projeto Atos Angola, que arrecada doações para o vilarejo de Camizungo por meio de uma ONG brasileira. O influenciador já fez leilões com empresários para enviar recursos para o projeto e se vangloria nas redes de ajudar na construção de 300 casas.
Reportagem do site The Intercept mostrou que, apesar dos pelo menos R$ 4,5 milhões arrecadados por Marçal, só 30 casas foram construídas. Cada casa, segundo o próprio candidato, custaria R$ 50 mil.
“Eu queria só lembrar aqui, com todo o respeito. O candidato Pablo Marçal, em 2019, foi em Camizungo, lá na África, numa vila. [Disse que] faria 300 casas, recolheu de doações R$ 4,5 milhões, investiu R$ 1,5 milhão. Só fez 26 casas. Pode ter tido a boa intenção de fazer, não estou tirando esse mérito. Mas se não conseguiu fazer 300 casas com as doações que recebeu lá na África, como é que vai colocar algo de concreto aqui na nossa cidade. Fica aqui a reflexão”, disse Nunes.
“Não tem atalho, gente. É um caminho reto e correto. É trabalho, chegar cedo, trazer resultado. Tem muita coisa para fazer e vamos continuar fazendo”, completou o candidato do MDB.
A fala de Nunes ocorreu durante uma interação com Marçal após uma pergunta sobre educação. O candidato do PRTB não teve a oportunidade de responder.
O debate da Globo é o 11º e último encontro entre os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo antes do primeiro turno, que ocorre no domingo (6/10). Participam Guilherme Boulos (PSol), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).
Segundo pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (3/10), Boulos (26%), Marçal (24%) e Nunes (24%) estão tecnicamente empatados na liderança. Tabata aparece em quarto, com 11%, seguida por Datena, com 4%, e Marina Helena (Novo), com 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.