Nunes aponta blasfêmia de Marçal na TV para atrair voto evangélico
Campanha do prefeito Ricardo Nunes na TV usa vídeo antigo de Marçal em que o influenciador chama a figura bíblica de “neném”
atualizado
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São Paulo – Diante do crescimento nas pesquisas de intenção de voto do influenciador Pablo Marçal (PRTB) entre o eleitorado evangélico, a campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição, levou para a TV uma peça publicitária na qual aponta uma suposta blasfêmia do adversário, afirmando que ele “desdenha” do Rei Salomão, uma figura bíblica.
Na Bíblia, Salomão é um rei que governou Israel e foi retratado como uma pessoa justa, que pediu sabedoria a Deus e construiu um templo em Jerusalém. Entre os historiadores, contudo, não há prova cabal de que tal pessoa realmente tenha existido.
Entre os religiosos, porém, Salomão seria um sábio, fiel a Deus, que deve ser respeitado. Na campanha de Nunes, um narrador apresenta o personagem como “uma das figuras centrais da Bíblia”, e afirma que ele é “venerado e respeitado por todos, menos por Pablo Marçal”. A cena traz a ilustração de um homem com traços europeus e uma coroa de ouro na cabeça.
Em seguida, a propaganda exibe um vídeo do adversário, com o título “Pablo Marçal desdenha do Rei Salomão”.
“Salomão era um neném. Nós precisamos parar de venerar Salomão e um monte de gente e entender que nós somos a imagem e semelhança do Criador”, diz o influenciador. Após a frase, Marçal ri. A peça publicitária é acompanhada por uma música de suspense.
A ideia de discutir o “Rei Salomão” na propaganda eleitoral é uma tentativa de conter a ascensão de Marçal entre o eleitorado evangélico, que corresponde a um terço do total. O influenciador cresceu 10 pontos percentuais nesse segmento da população em duas semanas, indo de 27% para 37% das intenções de voto, segundo levantamento da empresa Quaest.
Entre os evangélicos, Nunes marcou 26% das intenções na pesquisa Quaest divulgada nessa quarta-feira (11/9), o que também indicou crescimento, embora em menor escala. Na pesquisa anterior, ele tinha 18% das intenções de voto.
Esse é o recorte de eleitorado em que Guilherme Boulos (PSol), que também lidera as pesquisas, em empate técnico com Marçal e Nunes, apresenta pior desempenho. Ele tem apenas 9% dos votos entre os evangélicos.