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Nunes afirma que soltar usuário de maconha vai “fortalecer o tráfico”

Em sabatina do Metrópoles, Ricardo Nunes revê fala sobre projeto que anistia usuário, mas mantém ataque à proposta do PSol de Boulos

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Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, vestindo jaqueta azul e camisa branca, sentado em uma cadeira com uma parede branca ao fundo, conversando - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Ricardo Nunes, homem branco, de cabelo e barba pretos, vestindo jaqueta azul e camisa branca, sentado em uma cadeira com uma parede branca ao fundo, conversando - Metrópoles - Foto: Metrópoles

São Paulo – Candidato à reeleição na capital paulista, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou, em sabatina promovida pelo Metrópoles, que o projeto de lei proposto por deputados federais do PSol para anistiar acusados e condenados por portar até 40 gramas de maconha para consumo pessoal vai “fortalecer os traficantes”.

Nunes tem usado a proposta apresentada por parlamentares do partido de Guilherme Boulos para atacar seu adversário na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Na última terça-feira (17/9), durante o debate da RedeTV/UOL, o emedebista disse que a medida vai “libertar 42 mil traficantes” da prisão e perguntou se o adversário era a favor.

O projeto foi apresentado depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em junho deste ano, descriminalizar o porte de maconha para consumo individual, adotando a quantia de 40 gramas como limite para diferenciar duas modalidades do porte: para uso próprio e para tráfico de drogas.

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Nunes durante caminhada na Lapa
Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, divulgando material de campanha
Nunes em visita a creche
Nunes em ação de rua
Nunes em evento no Secovi
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Nunes em evento da Abrasel

Campanha/Ricardo Nunes
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Nunes durante caminhada na Lapa

Campanha Ricardo Nunes
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Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, divulgando material de campanha

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Nunes em visita a creche

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Nunes em ação de rua

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Nunes em evento no Secovi

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Nunes olha para planta de obra pública

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Nunes durante visita à represa Billings

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Nunes cumprimenta paciente em unidade de saúde

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Nunes ao lado dos aliados Tarcísio de Freitas e Milton Leite

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Nunes na sala de reuniões do 5º andar da Prefeitura

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Nunes posa para foto com cozinheira

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Nunes dá a mão a funcionária pública no centro

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Ao ser questionado na sabatina se a fala não era uma desinformação, da qual se diz vítima frequente dos rivais na campanha, Nunes reformulou a declaração e manteve sua crítica ao projeto apresentado pelos colegas de Boulos na Câmara dos Deputados.

“São 42 mil pessoas que vão fortalecer o tráfico de drogas, porque são pessoas que estão relacionadas ao tráfico de drogas. Para você ter essas pessoas, tem o traficante que está vendendo. Mas posso corrigir: vamos soltar 42 mil usuários de drogas que vão fortalecer os traficantes. Posso fazer isso, mas não existe aí uma desinformação”, afirma Nunes.

O prefeito foi o terceiro a participar da série de sabatinas do Metrópoles com os cinco candidatos à Prefeitura de São Paulo mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Além de Nunes, José Luiz Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB) já participaram. Também foram convidados Guilherme Boulos e Pablo Marçal (PRTB). As entrevistas vão ao ar entre os dias 10 e 25 deste mês. O primeiro turno ocorre no dia 6 de outubro.

Na sabatina, Nunes destaca que seu objetivo ao levar o assunto para a campanha é mostrar que Boulos se esquiva do tema, uma vez que o projeto de lei é de autoria de parlamentares de seu partido – o adversário é líder da bancada do PSol na Câmara dos Deputados.

“Ele vai ter que responder se ele é a favor, se ele é contra, como é que ele vai votar. O que ele não pode é ficar o tempo inteiro durante o debate… Dei uma volta, duas vezes, nos dois debates, perguntei para ele. Aí ele dá uma volta. Até falei: ‘Você está parecendo um bagre ensaboado’, porque ele não responde”, diz o prefeito.

O atual prefeito de São Paulo classifica a proposta do PSol como “afrouxamento da lei” e diz que defende o “agravamento” da legislação para consumo de drogas. Nunes e Marçal têm explorado esse tema contra Boulos na campanha.

“O que o eleitor precisa saber? Se o eleitor falar: ‘Eu sou a favor de liberar drogas’, tudo bem, eu não sou o candidato, não vote em mim, vote no Boulos. Se falar: ‘Eu sou a favor de penas mais rígidas, de uma segurança mais eficaz, de ter mais rigidez com a criminalidade’, aí o candidato sou eu. O eleitor tem o direito de saber”, completa Nunes.

Confira abaixo os principais temas da sabatina e a íntegra da entrevista no canal do Metrópoles no YouTube:

Relação com Bolsonaro

Na sabatina, Nunes minimiza a falta de engajamento de Jair Bolsonaro (PL) em sua campanha, atribuindo a ausência nas agendas de rua aos compromissos do ex-presidente pelo país, e reforça que seu vice, Coronel Mello Araújo (PL), é indicado pelo ex-presidente.

Ele enfatiza o apoio de outros políticos, em especial do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e destaca as interações de Bolsonaro por vídeo e mensagens com sua base eleitoral em São Paulo. O prefeito nega que a ausência do ex-presidente na campanha tenha relação com a alta rejeição de Bolsonaro na cidade, segundo apontam as pesquisas.

“Agora, não existe [distanciamento], estou sendo assim muito sincero. Pelo contrário, a gente quer caminhar juntos. O Tarcísio, como está aqui em São Paulo, tem tido uma participação muito mais ativa”, diz. “A gente está só ajustando qual é a data que vai ser possível ele [Bolsonaro] vir aqui”, afirma.

Anistia aos presos do 8/1

O prefeito tem chamado o adversário Guilherme Boulos de “invasor” e afirma que não tolera atos desse tipo, mas defende a anistia aos invasores das sedes dos Três Poderes, nos atos de 8 de janeiro de 2023, porque discorda das condenações por abolição violenta do Estado Democrático de Direito e tentativa de golpe de Estado.

“Não configura, verdadeiramente, uma tentativa de golpe, porque não teria como dar golpe sem nenhuma arma”, afirma Nunes na sabatina. O prefeito condena a depredação ocorrida na capital federal e diz que os envolvidos deveriam ser punidos por vandalismo.

Ele diz que não é proporcional que aquelas pessoas sejam condenadas a até 18 anos de prisão, enquanto o adversário Pablo Marçal foi condenado a 4 anos e 5 meses por furto qualificado, em 2005, por participar de um esquema de fraudes on-line para tirar dinheiro de aposentados.

Cracolândia

Nunes defende a internação compulsória para usuários de drogas em situações específicas, mediante prescrição médica e confirmação judicial. Ele destaca a redução, na sua gestão, do número de usuários no fluxo principal da Cracolândia, na região central, atribuindo o avanço ao trabalho conjunto entre prefeitura e Estado. Nunes reconhece o desafio de convencer dependentes químicos a aceitarem acolhimento e diz que seu programa de governo aposta na manutenção das políticas existentes, com reforço policial e instalação de câmeras para enfrentar o tráfico na região.

Transporte público

Nunes defende o congelamento da tarifa de ônibus, destacando que a mantém em R$ 4,40 pelo quarto ano consecutivo. Ele justifica o aumento do subsídio pago às empresas de ônibus pela queda no número de passageiros após a pandemia e pela gratuidade para idosos, estudantes e pessoas com deficiência. O candidato ainda argumenta que a política de transporte deve ser analisada como um todo, considerando a importância da tarifa social.

Investigação dos ônibus

Sobre as investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) acerca da infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de transportes da capital, Nunes diz que as empresas de ônibus que operam na cidade entraram no sistema regular durante a gestão do PT.

Duas empresas estão sob intervenção da prefeitura, por decisão da Justiça. Ele diz desconhecer a ligação de seu aliado, Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal, com a Transwolff, uma das empresas investigadas, e defende o aliado. “Não tenho como pôr a mão no fogo por ninguém. O que eu sei do histórico do Milton Leite, que conheço há muito tempo, um cara que está há 30 anos na política, é que ele nunca teve uma condenação, nunca teve nada.”

Mortes no trânsito

O prefeito também comentou o número de acidentes com mortes no trânsito da capital, que tem crescido ano a ano. Em 2023, foram 987 vítimas. Na sabatina, ele diz que o aumento se deu em todas as cidades do país.

Nunes defende a efetividade da Faixa Azul, pista exclusiva para motociclistas. Como argumento, o candidato à reeleição cita estudos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que apontam para maior segurança nas vias onde a iniciativa foi implantada, embora o número de mortes de motociclistas também esteja em alta.

“Nós tínhamos 1 milhão de motos circulando por dia. Hoje, temos 1,3 milhão. A gente precisa considerar o aumento no número de motos que passaram a circular”, afirma.

Educação

Nunes defende a implementação de escolas cívico-militares e, como exemplos positivos, menciona o bom desempenho dessas instituições no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e a trajetória do governador Tarcísio de Freitas no contexto estadual.

Para justificar a queda no Ideb em São Paulo, o chefe do Executivo municipal cita os impactos da pandemia — o teste foi feito em 2022. Em contrapartida, Nunes elenca uma série de medidas tomadas por sua gestão para melhorar a qualidade do ensino e combater a evasão escolar, entre os quais se incluem os investimentos para valorizar professores, com a concessão de reajuste salarial e gratificações, e o fato de ter zerado a fila da creche. “Eu não tenho dúvida de que, no meu próximo mandato, nós vamos ter um dos melhores índices do Ideb.”

Investigação das creches

Na sabatina, Nunes se defende do pedido feito pela Polícia Federal (PF) para investigá-lo, por suposta participação na chamada máfia das creches, que teria desviado recursos da educação municipal. A suspeita sobre ele se dá porque o prefeito recebeu, em sua conta pessoal, dois cheques de uma empresa acusada de integrar o esquema.

O prefeito nega qualquer irregularidade, reafirma que as respostas já foram dadas à PF há dois anos, e diz ser “inusitado” o fato de o delegado pedir para investigá-lo a dois meses da eleição. O emedebista sustenta que os cheques referem-se a “serviços que minha empresa presta”, de dedetização.

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