Nunes aciona Justiça para proibir greve e manter ônibus na sexta-feira
Motoristas e cobradores de ônibus anunciaram greve contra cancelamento da eleição do sindicato pela Justiça
atualizado
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São Paulo – A Prefeitura de São Paulo entrou com ação no Tribunal de Justiça do Trabalho para tentar impedir a greve de motoristas de ônibus na capital paulista marcada para esta sexta-feira (1º/12).
A greve no transporte público municipal foi convocada pelo candidato Edvaldo Santiago, que venceu a eleição do sindicato dos motoristas e cobradores de ônibus, o SindMotoristas. O ato é em protesto contra o cancelamento do resultado pela Justiça.
Para a gestão Ricardo Nunes (MDB), a paralisação é ilegal. Na ação liminar, a Prefeitura pediu que 100% da frota de ônibus seja mantida em circulação na capital paulista, sob pena de multa de R$ 1 milhão por dia.
“A Procuradoria Geral do Município (PGM) e a SPTrans, que gerencia o sistema de ônibus, afirmam que o Poder Público foi surpreendido no início da tarde deste dia 30 com a notícia vinculada na imprensa que integrantes de chapas que concorrem à eleição do sindicato pretendem paralisar o serviço de transporte público de ônibus da capital nesta sexta”, diz a gestão, em nota.
“Evidente que a paralisação pretendida se faz totalmente ilegal e abusiva, não sendo o meio hábil para discordar de decisão judicial, a qual deve ser combatida com os meios de impugnação postos à disposição pela legislação pátria”, afirma a PGM.
Greve
A mobilização dos motoristas de ônibus foi convocada três dias após a greve de 24 horas nos trens e no metrô deflagrada pelos sindicatos dos funcionários do Metrô e da CPTM contra o plano de privatizações do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A chapa de Santiago afirma que o Tribunal Regional do Trabalho cancelou duas audiências no processo que trata da suspensão das eleições. O candidato teria vencido o pleito com cerca de 70% dos votos.
“O candidato venceu de forma legítima e não pode assumir? A nova diretoria tem que assumir amanhã. A gente vai acordar amanhã sem diretor no sindicato”, disse um dos integrantes do grupo.
Segundo a chapa de Edvaldo Santiago, a expectativa é que a Justiça considere o resultado do pleito como legítimo nesta quinta-feira (30/11), para que a greve seja cancelada.
Em 21 de novembro, enquanto ocorria a eleição do sindicato, trabalhadores realizaram paralisação, fechando terminais de ônibus e afetando 500 mil passageiros.
Um dos motivos da disputa envolve o método de votação. Três das quatro chapas que concorriam à presidência queriam que as eleições fossem feitas com urnas eletrônicas, fornecidas pela Justiça Eleitoral, para evitar fraudes. Já a chapa de Edvaldo Santiago preferiu cédulas de papel, como está no estatuto da entidade.
A suspensão do resultado da eleição atendeu a pedido de uma das chapas da disputa, o Grupo Oposição e Luta — contrário à atual direção.