Número de famílias em situação de rua cresce 25% em 1 ano em São Paulo
Foram registradas 49.379 famílias em situação de rua na capital paulista em abril deste ano, segundo dados do CadÚnico
atualizado
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São Paulo – A quantidade de famílias em situação de rua na cidade de São Paulo cresceu 25% entre abril de 2022 e abril de 2023, segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico), sistema de inscrição de beneficiários de programas de transferência de renda do governo federal.
Em abril do ano passado, 39.418 famílias vivendo nas ruas da capital paulista eram cadastradas no sistema do governo federal. Um ano depois, o número aumentou para 49.379 – o valor corresponde a 58% das famílias em situação de rua em todo o estado.
Na quinta-feira (8/9), o Tribunal de Contas do Município (TCM) enviou uma solicitação à Prefeitura dando prazo de 60 dias para que a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresente um plano de ação para melhorar o atendimento à população de rua.
O relatório foi elaborado após uma auditoria encontrar falta de infraestrutura e superlotação em 10 centros de acolhimento.
Os auditores registraram infiltrações e mofos, fiação irregular, rachaduras em paredes, pisos e portas danificados e ventilação inadequada nas unidades. Em alguns locais, ainda segundo o relatório, foi constatada a falta de acessibilidade, sem banheiros adaptados, rampas ou elevadores.
“Na análise da auditoria, ficou claro que grande parte dos centros visitados opera com a capacidade máxima, o que ajuda a mostrar que há uma demanda reprimida, principalmente na região central da cidade. A causa principal da falta de vagas, segundo a equipe de auditoria, é o orçamento limitado destinado para esses serviços”, disse o TCM.
Os dados foram divulgados em meio ao acúmulo de valor recorde de mais de R$ 34 bilhões em caixa pela Prefeitura.
Prefeitura de SP anuncia grupo de fiscalização
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, encarregada do atendimento da população de rua da cidade, informou por nota que está à disposição para fazer os esclarecimentos solicitados pelo TCM.
A secretaria disse que “criou um grupo de fiscalização e acompanhamento dos serviços de acolhimento a pessoas em situação de rua da rede socioassistencial da Prefeitura”.