Núcleo paulista comandará 8 postos em novo governo Lula
“Panela” paulista do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conta com novatos e políticos que já foram ministros do petista antes
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Ao menos oito postos no alto escalão do próximo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para 2023 foram designados à “panela” paulista do petista. As escolhas incluem antigos rivais, novos nomes e alguns quadros tradicionais do PT no estado.
No núcleo paulista, a presença de Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, é novidade em relação a outras gestões. Em governos anteriores, Alckmin foi adversário político do petista. Agora, o ex-tucano foi escolhido para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Troca-troca
Outros aliados anunciados como parte do novo governo também integraram o alto escalão de Lula em outros momentos. É o caso do petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo e ministro da Educação nos governos Lula e Dilma Rousseff.
Mesmo derrotado por Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, Haddad foi anunciado como o próximo ministro da Fazenda. O Metrópoles apurou que o ex-prefeito já tinha ciência de que era cotado para o cargo ainda durante a campanha eleitoral.
Já o ex-senador Aloizio Mercadante (PT), que foi coordenador do programa de governo de Lula durante a campanha, vai presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Ao longo do governo Dilma, Mercadante foi o titular de três pastas diferentes: Educação, Casa Civil e Ciência, Tecnologia e Inovação.
Escolhido para chefiar a Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho também já ocupou outro posto em gestões do PT. Ele presidiu o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) durante o governo Dilma.
Figurinhas repetidas
Dois aliados da “panela” petista de Lula vão retomar cargos que já ocuparam anteriormente: o deputado federal Alexandre Padilha e o presidente do diretório estadual do PT em SP, Luiz Marinho.
Padilha ficará a cargo das Relações Institucionais, com a responsabilidade de trabalhar pela articulação política do governo. Ele ocupou o cargo entre 2009 e 2010, no governo Lula, e também foi ministro de Dilma Rousseff entre 2011 e 2014, à frente do Ministério da Saúde.
Já Luiz Marinho retornará ao Ministério do Trabalho, pasta que chefiou entre 2006 e 2006. Em 2007, ele trocou de ministério e assumiu a Previdência Social, de onde saiu no ano seguinte para disputar a Prefeitura de São Bernardo do Campo.
Novatos
O advogado e professor paulistano Silvio Almeida é novidade entre o primeiro escalão do próximo governo.
Presidente do Instituto Luiz Gama e do Centro de Estudos Brasileiros do IREE (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa), o autor do livro “Racismo Estrutural” não trabalhou com Lula em outros governos e vai chefiar a pasta dos Direitos Humanos.
Já o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), que foi líder do partido na Câmara dos Deputados mas nunca exerceu um cargo de ministro, é cotado para assumir o Ministério das Comunicações.
Lula já anunciou que no próximo ano seu governo contará com 37 ministérios – 14 a mais do que no governo Jair Bolsonaro (PL). Até o momento, o petista divulgou 21 nomes.