“Noia aqui, não”: obra da Prefeitura de SP para sem-teto é depredada
Obra da Vila Reencontro, conjunto de moradias construídas pela Prefeitura para pessoas em situação de rua, foi alvo de protesto em Itaquera
atualizado
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São Paulo — O canteiro de obras de uma unidade da Vila Reencontro, equipamento da Prefeitura de São Paulo destinado a pessoas em situação de rua, foi furtado e depredado na manhã dessa quinta-feira (19/10), no conjunto habitacional José Bonifácio, em Itaquera, zona leste da capital paulista.
Segundo a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS), foram levados materiais da obra, como bebedouro, latas de tinta, trincha, rolo, estopa, diluente do tipo thinner, disco de corte, cadeado, madeiras, arame, prego, extensão, picareta, marreta, pás, enxada, cavaleira, alavanca, martelo e arco de serra.
Além disso, trabalhadores encontraram pichações em um contêiner, usado como apoio na construção, com mensagens em protesto a uma suposta transferência e abrigo de usuários de drogas ao local. “Noia aqui não”, “Cracolândia aqui não” e “Fora albergue” foram algumas das mensagens pichadas (veja abaixo).
A empresa responsável pelas obras registrou um boletim de ocorrência no 103° DP (Itaquera/Cohab II), informou a prefeitura.
Durante agenda na manhã desta sexta-feira, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) disse acreditar que o episódio foi “uma ação isolada”.
Moradia transitória
A proposta do projeto Vila Reencontro é destinar “moradia transitória para pessoas e famílias em situação de rua”, segundo a prefeitura. Cada família pode ficar nas moradias por até dois anos. Enquanto estão na vila, essas pessoas têm acesso a cursos de capacitação e inscrição em programas de trabalho.
A unidade de Itaquera terá 56 casas modulares, que poderão acolher mais de 200 pessoas. A previsão para a entrega das obras é no primeiro semestre de 2024, de acordo com a SMADS.