Neto admitiu ter fumado maconha antes de desfigurar avô, diz delegada
O avô descobriu e não aceitou o fato do neto fumar maconha há duas semanas; delegada confirmou as informações em entrevista coletiva
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Hariel Borges da Silva, de 18 anos, preso em flagrante após desfigurar o rosto do próprio avô, Oswaldi Da Silva, de 77, com socos e golpes de notebook, confessou ter fumado maconha momentos antes do crime, afirmou a delegada responsável do caso, Liliane Lopes Doretto.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (25/7), a investigadora do 3° DP de Santos, litoral sul de São Paulo, confirmou a informação e revelou que a vítima e o neto tinha uma relação bem próxima.
“Ela [mãe do jovem] disse ‘olha, quem criou meu filho foram meus pais’. Ele era muito apegado aos avós. Eu percebi que ele estava já deprimido”, afirmou a delegada.
A mãe de Hariel também revelou, em depoimento às autoridades, que, na noite anterior ao crime, ele dormiu com o avô e fez xixi na cama.
Vozes antes do ataque
A delegada ainda disse que, há duas semanas, Oswaldi descobriu que o neto estava fumando maconha. Ele desaprovou a situação e Hariel não gostava do fato do avô ter seguido a vida depois da morte da avó dele, um ano e meio atrás.
Na tarde que antecedeu o crime, o suspeito quis pegar o carro do avô emprestado, mas teve o pedido negado. Ainda de acordo com a delegada, Hariel confessou que fumou maconha e disse ter ouvido vozes antes do ataque.
Ele partiu para cima do avô com vários murros, chegou a pegar uma faca, mas não a usou nos golpes, jogando o objeto pela janela. Além disso, ele usou um notebook nas agressões.
“Totalmente alterado”
O registro da ocorrência revelou que Hariel estava “totalmente alterado” e partiu para cima dos PMs, que precisaram usar taser para contê-lo.
Ao chegar no local do crime, na Rua Frei Francisco Sampaio, no bairro Aparecida, em Santos, a polícia encontrou o jovem ensanguentado na área comum do prédio.
Moradores do residencial disseram que, antes da chegada dos agentes, Hariel teria admitido ter “matado” o avô.
Subindo até o apartamento de Oswaldi, no terceiro andar, se depararam com o aposentado caído com o rosto “totalmente desfigurado” e com ferimentos por todo o corpo. Ele tinha ferimentos com características de terem sido provocados por objetos cortantes, e havia vísceras no chão da sala.
Por conta das agressões, a vítima teve um globo ocular arrancado e outro extremamente lesionado, o que fez com que perdesse totalmente a visão.
Balbuciando, Oswaldi ter sido agredido pelo neto. Ele foi encaminhado para a Santa Casa de Santos, onde se encontra em estado gravíssimo.
O notebook usado no crime foi apreendido junto com dois aparelhos celulares, isqueiros e folhas de seda. Nenhuma droga foi encontrada.
A perícia foi acionada e o caso registrado como localização/apreensão de objeto e tentativa de homicídio no 3° DP de Santos. Hariel foi encaminhado à uma unidade de pronto atendimento para ser submetido a avaliação psiquiátrica.