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Neta põe aviso de enchente em rua onde avó morreu: “Vovó Nayde informa”

Neta da idosa de 88 anos que morreu vítima de enchente na zona sul de São Paulo instalou uma faixa na rua da tragédia alertando moradores

atualizado

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Imagem colorida mostra faixa colocada por familiares de vítima de afogamento após enchente em SP com aviso sobre alagamentos em rua - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra faixa colocada por familiares de vítima de afogamento após enchente em SP com aviso sobre alagamentos em rua - Metrópoles - Foto: Arquivo pessoal

São Paulo – Familiares da idosa de 88 anos que morreu após seu carro ficar submerso em uma enchente em Moema, na zona sul de São Paulo, no dia 8 de março, instalaram uma faixa na rua da tragédia alertando moradores sobre o risco de alagamento no local.

A faixa (foto em destaque) com os dizeres “Vovó Nayde informa: área sujeita a alagamentos” foi fixada a pedido da neta de Nayde Capellano na última sexta-feira (17/3), na rua Gaivota, exatamente na árvore onde o carro da aposentada ficou preso e submerso.

De acordo com a advogada Mariana Capellano, idealizadora da ação, a faixa foi instalada após ela solicitar à Subprefeitura da Vila Mariana, responsável pela zeladoria da região, que providenciasse uma placa de alerta sobre os riscos de enchente na rua. Segundo ela, o pedido ainda não foi atendido.

O Metrópoles questionou a Prefeitura e aguarda um retorno.

Idosa pediu socorro pela janela do carro antes de morrer em enchente
Idosa pediu socorro pela janela do carro antes de morrer em enchente

Mariana diz que pediu que funcionários de uma empresa de telefonia que faziam um serviço próximo instalassem a faixa, feita por um amigo da família.

“Expliquei para eles e paguei R$ 50 para cada para eles colocarem a faixa, bem no alto, presa com cabo de aço, tudo bonitinho”, afirma.

Faixa retirada, “briga” com síndica e muro irregular

Segundo Mariana, a faixa foi retirada no dia seguinte, sábado (18/3), por uma empresa de serviços, que teria sido contratada pela síndica de um dos condomínios da rua.

A advogada afirma que recuperou a faixa no referido prédio e que pretente instalar o aviso novamente.

“Porque a síndica mandou o cara (prestador de serviço) dar um fim na faixa. Ele não quis e deixou a faixa no prédio. Meu pai foi lá e pegou. Eu vou colocar de volta. Já mandei uma mensagem para ela (síndica) perguntando que dia o instalador vai lá colocar, porque ela vai pagar”, afirma Mariana Capellano.

De acordo com ela, o condomínio é o mesmo onde foi construído um muro de forma irregular, que teria prejudicado o escoamento da água da chuva na esquina entre as ruas Gaivota e Ibijaúna e contribuído para alagamentos nos últimos anos.

Dois dias após a morte de Nayde Capellano, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou que derrubaria o muro.

Segundo moradores, um dos muros do condomínio foi derrubado na manhã desta segunda-feira (20/3). Eles dizem, no entanto, que outros muros no entorno também devem ser retirados para possibilitar a vazão da água.

Há anos moradores da região reclamam do muro construído pelo condomínio de alto padrão. De acordo com um inquérito civil do MP obtido pelo Metrópoles, desde 2018 a Procuradoria cobra ações da subprefeitura da Vila Mariana, responsável pela área.

O documento também observa que um processo administrativo foi instaurado contra o mesmo condomínio, em 2009, por causa da construção do muro.

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