Imagens de satélite da Nasa mostram antes e depois do apagão em SP
Apagão em SP aconteceu em decorrência de um temporal na sexta-feira (11/10). 250 mil imóveis ainda estão sem energia nesta 3ª (15/10)
atualizado
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São Paulo — Um satélite da Nasa capturou o exato momento em que um apagão atingiu o estado de São Paulo após o temporal de sexta-feira (11/10). Mais de 2 milhões de pessoas ficaram no escuro na noite da chuva e de fortes ventos.
Nesta terça-feira (15/10), cerca de 250 mil imóveis da cidade e da região metropolitana continuavam sem energia elétrica pelo quarto dia consecutivo. Os números foram confirmados pela Enel.
Veja:
Nas imagens, registradas pelo Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), é possível ver a região metropolitana de São Paulo toda iluminada antes do temporal, a região escura e, 24 horas mais tarde, diversos pontos ainda escuros.
Apagão na capital
A capital paulista foi o município mais afetado, principalmente na zona sul. Moradores chegaram a fazer protestos nas ruas, com bloqueio de vias e panelaço, para cobrar o retorno da energia elétrica.
Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo, todos na zona sul, estão entre os bairros mais afetados no momento. Outras cidades prejudicadas com a falta de luz na Grande São Paulo são: Cotia, Taboão da Serra e São Bernardo do Campo.
Além da falta de luz, houve um rastro de mortes e destruição no estado. De acordo com a Defesa Civil, sete pessoas morreram em consequência das chuvas: três em Bauru, no interior, duas em Cotia e uma em Diadema, na Grande São Paulo, e uma na capital paulista.
O apagão ainda afetou o abastecimento de água em diversas regiões. Segundo último boletim da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), divulgado na noite dessa segunda-feira (14/10), a operação do abastecimento de água foi retomada na maioria das regiões afetadas pelo apagão de energia na Grande São Paulo.
Porém, a normalização ocorre de forma gradual em algumas regiões, podendo se estender nessas localidades. Os bairros Cidade Júlia e Parque do Lago, na zona sul da capital, além de um em Diadema e outro em Embu das Artes, ainda sentem os efeitos da falta de energia.
Na cidade de São Paulo, o abastecimento segue em recuperação nos bairros Capão Redondo, Pirajussara, Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz. Os municípios de Cotia, Santo André e Mauá também enfrentam o problema.
Muitos semáforos foram desligados durante o temporal, e em alguns cruzamentos da capital a situação se arrasta. Em nota ao Metrópoles, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que o apagão provocou o desligamento de 187 faróis. Às 7h desta terça, ainda há 48 equipamentos apagados por falta de energia. “As equipes de campo estão nas ruas para auxiliar na fluidez do trânsito e na segurança da população”, disse o órgão.
Enel
O nome mais falado nos últimos dias pelas autoridades e pela população paulista é o da distribuidora de energia elétrica Enel. Pressionada até pelo governo federal, a concessionária prometeu que a situação estará totalmente normalizada até a próxima quinta-feira (17/10).
O prazo foi determinado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após reunião com o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa. “Eu disse à Enel que ela tem os próximos três dias para resolver os problemas de maior volume, ou seja, ela só vai poder, ao fim desses três dias, apresentar, se necessário, questões pontuais de locais onde ela não consegue ter acesso com um fato”, afirmou Silveira, na manhã dessa segunda-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) faça auditoria no processo de fiscalização da Aneel em relação ao apagão em São Paulo.
O ministro da pasta, Vinicius Carvalho, disse que houve falhas no serviço prestado pela Enel e que vai cobrar ressarcimento dos prejuízos causados à população paulista.
Já o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, afirmou que o governo avalia entrar com ação por dano moral coletivo contra a Enel pela falta de resposta da empresa aos efeitos do temporal.
A Enel recebeu reforço de eletricistas de concessionárias de outros estados, além de recrutar funcionários de suas unidades do Chile, da Itália, da Espanha e da Argentina. A força-tarefa é composta pela CPFL, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light e Energiza.