Como Nardoni convenceu juiz a passar férias na praia: “Vácuo afetivo”
Defesa de Nardoni argumenta que ele tem dois filhos que estarão de férias e viagem para a casa da família no Guarujá pode estreitar relação
atualizado
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São Paulo — A Justiça de São Paulo autorizou Alexandre Nardoni, condenado pelo assassinato da própria filha, Isabela, em 2008, a passar o fim de ano em um condomínio de alto padrão no Guarujá, litoral de São Paulo.
Segundo a decisão, Nardoni poderá ficar entre os dias 23 de dezembro e 3 de fevereiro no local. Durante o período, ele não poderá frequentar bares ou casas de jogos e deverá ficar isolado em uma casa no bairro Jardim Acapulco.
No pedido apresentado à juíza Gabriela Marques da Silva Bertoli, a defesa de Nardoni argumenta que ele tem dois filhos que estarão de férias e pretendem realizar uma viagem juntos para a casa da família no litoral paulista.
Segundo os advogados, as férias em família vão ajudar Alexandre Nardoni a “restabelecer um convívio mais próximo com os filhos, que cresceram sem a presença do pai, o que , consequentemente. gerou um vácuo afetivo que poderá ser preenchido com o estreitamento da relação familiar”.
O documento, assinado por Roberto Podval, Marcelo Gaspar Gomes Raffaini e Mariana Calvelo Graça, garante ainda que serão respeitadas as condições impostas quando houve a concessão para o regime aberto, como o comparecimento trimestral ao Fórum Criminal da Barra Funda, marcado para o dia 5 de fevereiro de 2025.
Além disso, Nardoni promete seguir exercendo as atividades laborais estabelecidas para poder seguir nas ruas.
Nardoni condenado por crime de 2008
Alexandre Nardoni é condenado por matar a própria filha, Isabella, de apenas 5 anos, que foi agredida e jogada de uma janela, no sexto andar de um prédio da zona norte de São Paulo, em 2008. Levado a júri popular, foi considerado culpado dois anos depois.
Ele nega ter cometido o crime até hoje e prepara ação para tentar anular sua condenação.
Preso desde a época do crime, Nardoni conseguiu reduzir 990 dias da sua sentença por trabalhar e participar de programas educacionais na cadeia. Entre os empregos, atuou na faxina e na jardinagem da prisão.
O condenado pelo homicídio da filha foi solto na tarde do dia 6 de maio. Na ocasião, a Justiça concedeu a progressão para o regime aberto. O exame criminológico foi favorável à soltura do condenado.
Na decisão, o magistrado registrou que Nardoni “mantém boa conduta carcerária, possui situação processual definida, cumpriu mais de metade do total de sua reprimenda, encontra-se usufruindo das saídas temporárias, retornando normalmente ao presídio”.