“Não vejo maldade em cotar”, diz Bolsonaro sobre Cid ter tentado negociar Rolex
“Tudo o que o TCU me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Tem que ver com o Cid”, afirmou Bolsonaro
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta segunda-feira (7/8), em São Paulo, o fato de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, ter negociado a venda de um relógio da marca Rolex recebido em viagem oficial por R$ 300 mil.
Bolsonaro participou de um almoço com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), na sede da Prefeitura de São Paulo, e foi questionado sobre o Rolex recebido com um conjunto de joias durante uma visita à Arábia Saudita, realizada em outubro de 2019.
Segundo o ex-presidente, é natural alguém “querer cotar alguma coisa” na internet. “Tudo o que o TCU (Tribunal de Contas da União) me pediu foi entregue, inclusive um relógio parecido com aquele. Essa resposta do Cid tem que ver com ele e o advogado dele. Não vejo nenhuma maldade em você cotar o preço de alguma coisa, é natural”, disse Bolsonaro.
Na sexta-feira (4/8), o jornal O Globo revelou que Mauro Cid trocou mensagens sobre o assunto com outra ex-assessora do gabinete pessoal de Bolsonaro. As informações foram confirmadas pelo Metrópoles.
O material está em posse da CPI que apura os fatos ocorridos no dia 8 de janeiro. Nos e-mails, Cid se mostrava interessado no valor do objeto e ressaltava que o item jamais havia sido usado. Nas mensagens, o ex-ajudante diz que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil).
No dia 6 de junho de 2022, Cid recebeu um e-mail em inglês de uma interlocutora. “Obrigado pelo interesse em vender seu Rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui. Quanto você espera receber por ele? O mercado de rolex usados está em baixa, especialmente para os relógios cravejados de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza de que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”, escreveu ela.
Em resposta, Mauro Cid disse que não possuía o certificado do Rolex, pois “foi um presente recebido durante uma viagem oficial”, e que pretendia vender a peça por US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil, na cotação atual). Os e-mails não detalham o contexto do recebimento do relógio.