“Não tive lucro”, diz Marçal sobre condenação em esquema de golpes
Candidato a prefeito de São Paulo, Marçal foi preso em 2005 e condenado a 4 anos e 5 meses de prisão por envolvimento com golpes bancários
atualizado
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São Paulo — O influenciador Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, disse nesta quarta-feira (21/8) que não obteve lucro no esquema de fraude bancária que o fez ser preso em 2005 e condenado a quatro anos e cinco meses em regime semiaberto pela Justiça Federal em Goiás.
De acordo com reportagem publicada por O Globo, a investigação da Polícia Federal afirma que, além de fazer a manutenção dos computadores da quadrilha que aplicava golpes, Marçal operava um programa responsável por captar e-mails para os quais seriam enviados spams. Por meio deles, os criminosos fisgavam dados das contas bancárias das vítimas.
O jornal divulgou diálogos em que Marçal estaria conversando com um integrante da quadrilha sobre a captação de e-mails.
Em conversa com jornalistas na saída da gravação de um podcast na zona sul de São Paulo, Marçal disse que ganhava R$ 350 “de um cara” e que seu trabalho se restringia a consertar computadores.
“Ano que vem, que é 2025, vai fazer 20 anos disso. Eu ganhava R$ 350 trabalhando para esse cara. Ele me colocava para consertar computador e pedia algumas coisas. Lá na sentença está escrito que eu não auferi lucro nenhum. E desafio. Ache alguma coisa que eu ganhei com isso que eu vou imediatamente fazer um Pix pagando. Fui processado durante 13 anos de forma injusta”, disse o candidato.
“Quero dar segurança para a sociedade paulistana: nunca toquei em nada de ninguém. Meu pai me ensinou a ser homem. E, se alguém descobrir alguma coisa disso, devolvo imediatamente”, acrescentou.
Segundo ele, a divulgação das reportagens sobre o processo, que já prescreveu, teria o objetivo de conter seu crescimento nas pesquisas eleitorais. “Todo mundo desesperado querendo impugnar a candidatura”.
Dirigentes ligados ao PCC
Questionado, Marçal disse desconhecer um ex-dirigente de seu partido acusado de trocar carros de luxo por cocaína para a o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Nesta quarta-feira, o Estadão revelou detalhes sobre uma investigação da Polícia Civil a respeito do caso, envolvendo Tarcísio Escobar de Almeida, ex-presidente estadual do PRTB, e seu sócio Júlio César Pereira, o Gordão.
Segundo o jornal, Escobar e Gordão eram homens de confiança de Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB e fiador da candidatura de Marçal.
“Esse cara nem é de lá. Vocês ficam o tempo todo querendo me por com esses caras. Eu tirei 20 mil fotos até agora, você imagina”, disse o candidato.